ELEIÇÕES 2022

Ovasco, novo presidente do Patriota: Estavam aproveitando vinda de Bolsonaro para dar golpe

TSE referenda a decisão do Patriota para afastar presidente do partido, Adilson Barroso. Sigla discorda de Barroso decidir, sem consultar a cúpula, sobre a filiação de Bolsonaro

Ingrid Soares
postado em 10/07/2021 06:00 / atualizado em 20/07/2021 17:12
 (crédito: Redes sociais/Divulgação)
(crédito: Redes sociais/Divulgação)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) validou a convenção nacional do Patriota que decidiu pelo afastamento, por 90 dias, do presidente do partido, Adilson Barroso. A reunião ocorreu no último dia 24 de junho e a suspensão foi decidida pela maioria dos membros da executiva, sob a alegação de que Barroso tem feito negociações, sem consultar a cúpula partidária, com o presidente Jair Bolsonaro — que pretende se filiar à sigla. O senador Flavio Bolsonaro (RJ) já está na legenda.

Quem assume o comando do partido é Ovasco Resende, vice-presidente do Patriota. Agora, o caso deverá ser encaminhado ao conselho de ética da sigla para análise. O julgamento final ficará a cargo da executiva nacional. No despacho do documento, consta o nome do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, mas a decisão foi assinada eletronicamente pelo ministro Edson Fachin.

O magistrado determinou, ainda, a restauração da composição dos órgãos de direção, conforme definidos na convenção nacional de 7 de novembro de 2018, além do restabelecimento dos delegados nacionais com a consequente exclusão daqueles que foram nomeados em substituição. A forma como as negociações para a filiação de Bolsonaro foram feitas causou um racha no partido.

Entre as acusações contra o presidente afastado, estão irregularidades que teriam sido cometidas, como a mudança de senha no Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGIP) do Patriota no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a destituição e nomeação de delegados de forma irregular, sem quórum suficiente para tal decisão. Ao Correio, sobre a possível filiação de Bolsonaro ao Patriota, Ovasco reafirmou que o grupo jamais foi contra e que sempre esteve aberto ao diálogo.

“Como sempre falamos, ninguém do nosso grupo é contra a vinda do presidente. O que sempre dissemos é que estavam aproveitando da possibilidade da vinda dele para dar um golpe e assumir majoritariamente o comando do partido. Sempre estivemos abertos ao diálogo com qualquer pessoa que queira ser candidato. Inclusive, essa é uma obrigação de um partido político. Vamos conduzir o partido respeitando os companheiros, respeitando nosso estatuto e buscando crescimento para superarmos a cláusula de barreira”, explicou.

Questionado se pretende iniciar nova negociação com Bolsonaro, ele relatou que “sempre estivemos aberto ao diálogo e sempre continuaremos”. Sobre o interesse do presidente nos diretórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e se isso pode ser negociado, Ovasco respondeu que “somos do diálogo e da transparência. Em uma composição, os lados tem que ter segurança”.

Adilson Barroso, afastado do comando do Patriota, afirmou que recorrerá da decisão. “Acho muito esquisito. Não fui ouvido por ninguém, não tenho nenhuma acusação de qualquer coisa errada. Já os meus concorrentes no partido fizeram tudo fora da lei, do estatuto. Creio que quando eu mostrar que tudo que fiz foi dentro do estatuto, vão reverter o caso”, assegurou.

 

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