Caso COVAXIN

Bolsonaro: "Cabo da PM negociando 400 milhões de doses. É para otário isso aí"

Mandatário critica investigações e alega que o presidente da CPI, senador Omar Aziz, apresentou emenda para que vacinas contra a covid-19 fossem compradas sem o aval da Anvisa e sem necessidade de licitação. E reclama: "querem o tempo todo me rotular de corrupto"

Ingrid Soares
postado em 20/07/2021 14:47 / atualizado em 20/07/2021 14:47
 (crédito: EVARISTO SA/AFP)
(crédito: EVARISTO SA/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar denúncias de corrupção contra o governo em meio a compras de vacinas. Nesta terça-feira (20/7), o mandatário comentou sobre o suposto pedido de propina do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias para a aquisição de 400 milhões de doses do imunizante fabricado pelo laboratório Astrazeneca por meio da empresa americana Davati Medical supply. Ele alegou que o presidente da CPI, Omar Aziz, apresentou emenda para que os imunizantes fossem comprados sem o aval da Anvisa e sem a necessidade de licitação. O mandatário ainda reclamou que "querem o tempo todo me rotular de corrupto". 

"Omar Aziz apresentou emenda para estados e municípios poderem comprar qualquer vacina sem licitação e sem a certificação da Anvisa. Você tem que ter responsabilidade para oferecer algo para a população. Agora, querem o tempo todo me rotular de corrupto. Me aponte... Não gastamos um centavo. Não tem corrupção. "Ah, negociou a 1 dólar a vacina". Um cabo da PM de Minas negociando 400 milhões de dose. é para otário isso aí. Daí o Pazuello, numa roda de empresários, fala alguma coisa. "Ah, tava negociando com empresário". Se tivesse negociando propina, não teria vídeo. Seria num submundo, num porão, num canto qualquer. Agora, atrapalha a gente de toda maneira que quer produzir, quer trabalhar e não consegue", justificou.

Trocas de mensagens entre o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) Luiz Paulo Dominghetti, que se apresenta como vendedor autônomo de vacinas pela empresa, mostram que ele e as pessoas que atuavam em conjunto na tentativa de vender vacinas contra covid-19 ao Ministério da Saúde, buscaram o presidente Jair Bolsonaro para negociar imunizantes. Algumas mensagens do telefone de Dominghetti  apontam uma negociação intensa do cabo e de um grupo de pessoas para fechar contrato com o governo federal para a venda de 400 milhões de doses da vacina contra covid-19 da AstraZeneca. O laboratório já disse, entretanto, que as vendas são feitas diretamente ao governo, e que não possui representantes no Brasil.


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