O presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta quinta-feira (22/7) a aliança com o Centrão, sacramentada com a indicação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil. O mandatário relatou também que a nomenclatura "Centrão" é um nome pejorativo, e admitiu fazer parte do bloco.
"O Centrão é um nome pejorativo. Eu sou do Centrão. Eu fui do PP metade do meu tempo, fui do PTB, fui do então PFL (hoje DEM), no passado integrei siglas que foram extintas, como PRB, PPB. O PP, lá atrás, foi extinto, depois nasceu novamente da fusão do PDS com o PPB, se eu não me engano. Agora, nós temos 513 parlamentares. O tal Centrão, que eu chamo de pejorativamente isso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do Alckmin e ficou, então, rotulado Centrão como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver. Eu nasci de lá. A Tereza Cristina é do PFL, atualmente Democratas. O Onyx Lorenzoni também é do democratas. O Ciro Nogueira, que deve integrar o governo, é do PP", explicou, em entrevista à Rádio Banda B, de Curitiba.
Bolsonaro relatou ainda que viu a necessidade de alianças para formar base no Congresso. "São um pouco mais de 200 pessoas. Se você afastar esse partidos de centro, sobram 300 votos para mim. Você afasta 100 e poucos parlamentares de esquerda, PT, PCdoB e PSOL, eu vou governar com um quinto da Câmara? Não tem como governar com um quinto da Câmara. Agora, todo e qualquer partido tem gente boa e tem gente que não tá muito interessada em fazer a coisa certa. Agora, eu tenho e pretendo dentro das quatro linhas da Constituição, buscar apoio dentro do Parlamento. Então, da minha parte, não tem problema nenhum colocar aí, caso se concretize. Vou conversar com o Ciro Nogueira na segunda-feira, colocar para dentro do governo. É a pessoa, no meu entender, mais adequada a falar com o parlamento dada a vivência e funções que ocupou. Nada além disso, é tudo normal. Se tivesse colocado um militar, a crítica ‘é mais um militar", alegou.
Por fim, o presidente mandou um recado à população: "Pessoal, se vocês tem critica a deputados de centro, não vote mais nesses candidatos por ocasião das eleições do ano que vem. É simples a coisa. Agora, se você vota esse pessoa no Brasil, eu converso com elas", concluiu.
"Se gritar pega centrão"...
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, já ironizou o Centrão, grupo aliado do governo que hoje compõe boa parte de sua base. Em um vídeo da convenção nacional do PSL, em 22 de julho de 2018, no Rio de Janeiro, o ministro parodiou um samba que ficou eternizado pelo cantor Bezerra da Silva: "Se gritar pega centrão, não fica um meu irmão", cantou, substituindo a palavra "ladrão", da letra original, pelo nome dado ao grupo de partidos.
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