CPI da Covid

Cascavel nega em CPI que tenha sido ministro terceirizado de Pazuello

Empresário afirmou em depoimento nesta quinta-feira (5/8) que impressão foi causada pela boa relação que tinha com secretários de Saúde, reforçando que era apenas um facilitador

Luiz Calcagno
postado em 05/08/2021 13:56
 (crédito: Jefferson Rudy)
(crédito: Jefferson Rudy)

O empresário Airton Antonio Soligo, mais conhecido como Airton Cascavel, negou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, nesta quinta-feira (5/8), que tenha trabalhado como uma espécie de ministro terceirizado do então ministro da Saúde, o general do Exército Eduardo Pazzuello. Cascavel foi convocado pela CPI por um requerimento do vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e teria sido apontado por secretários de Saúde como sendo "ministro de fato" no lugar do militar.

O depoente respondia os questionamentos do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), quando ressaltou que foi chamado por ter experiência com articulação política, mas minimizou a própria função no Ministério da Saúde. Calheiros perguntou, primeiro, por quanto tempo Cascavel atuou no Ministério da Saúde oficialmente. “Eu fiquei, como eu tenho uma relação com o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) de ex-prefeito (Airton foi prefeito de Mucajaí-RO), eu fiquei mais nessa relação como interlocutor do Conasems, porque o Conasems e o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) participam das reuniões ali e tinham reuniões diárias nessa reunião”, justificou.

Calheiros questionou, posteriormente, sobre a suposta função de ministro terceirizado de Cascavel. “Secretários estaduais de Saúde relataram que vossa senhoria era uma espécie de ministro de fato, pois agilizava as demandas dos entes subnacionais. Que outras atribuições o general Pazuello terceirizou à vossa senhoria?”, perguntou. “Nunca houve um processo de terceirização de competência. Não foi esse o termo”, argumentou o depoente, que disse que, como assessor especial, fazia interlocução com parlamentares, prefeitos e secretários de Saúde, “o que criou essa relação”.

"Facilitador de ações"

Segundo Cascavel, era uma relação de constante diálogo. “Existe o fórum dos secretários, o Conselho Nacional, o Conass, dos Secretários de Saúde. Eu fiz parte, como secretário estadual. Então, tinha ali uma relação de diálogo permanente. Foi nessa interlocução da ponta, da base do município, da base da Saúde do Estado com o ministério. Eu era o quê? O facilitador dessas ações, lembrando aí, senhor senador relator, que nós vivíamos o pior momento da pandemia emergencial no país. O Nordeste, naquele momento de junho, vivia uma situação dramática, com falta de respiradores no país”, disse.

Mais à frente, o depoente volta ao tema. “Eu quero diminuir essa importância que as pessoas me atribuem nessa relação com estados, com municípios. O senhor não viu na imprensa nacional... Eu nunca vi um secretário municipal ou estadual me condenar por qualquer atitude. Pelo contrário, diziam que eu ajudava a facilitar, ajudava a facilitar a burocracia pública, para que as coisas acontecessem. Foi esta a minha função, a de fazer acontecer”, pontuou.

Acompanhe ao vivo:

Acompanhe ao vivo:

O empresário Airton Antonio Soligo, mais conhecido como Airton Cascavel, negou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, nesta quinta-feira (5/8), que tenha trabalhado como uma espécie de ministro terceirizado do então ministro da Saúde, o general do Exército Eduardo Pazzuello. Cascavel foi convocado pela CPI por um requerimento do vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e teria sido apontado por secretários de Saúde como sendo "ministro de fato" no lugar do militar.

O depoente respondia os questionamentos do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), quando ressaltou que foi chamado por ter experiência com articulação política, mas minimizou a própria função no Ministério da Saúde. Calheiros perguntou, primeiro, por quanto tempo Cascavel atuou no Ministério da Saúde oficialmente. “Eu fiquei, como eu tenho uma relação com o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) de ex-prefeito (Airton foi prefeito de Mucajaí-RO), eu fiquei mais nessa relação como interlocutor do Conasems, porque o Conasems e o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) participam das reuniões ali e tinham reuniões diárias nessa reunião”, disse.

Calheiros questionou, posteriormente, sobre a suposta função de ministro terceirizado de Cascavel. “Secretários estaduais de Saúde relataram que vossa senhoria era uma espécie de ministro de fato, pois agilizava as demandas dos entes subnacionais. Que outras atribuições o general Pazuello terceirizou à vossa senhoria?”, perguntou. “Nunca houve um processo de terceirização de competência. Não foi esse o termo”, argumentou o depoente, que disse que, como assessor especial, fazia interlocução com parlamentares, prefeitos e secretários de Saúde, “o que criou essa relação”.

"Facilitador de ações"

Segundo Cascavel, era uma relação de constante diálogo. “Existe o fórum dos secretários, o Conselho Nacional, o Conass, dos Secretários de Saúde. Eu fiz parte, como secretário estadual. Então, tinha ali uma relação de diálogo permanente. Foi nessa interlocução da ponta, da base do município, da base da Saúde do Estado com o ministério. Eu era o quê? O facilitador dessas ações, lembrando aí, senhor senador relator, que nós vivíamos o pior momento da pandemia emergencial no país. O Nordeste, naquele momento de junho, vivia uma situação dramática, com falta de respiradores no país”, disse.

Mais à frente, o depoente volta ao tema. “Eu quero diminuir essa importância que as pessoas me atribuem nessa relação com estados, com municípios. O senhor não viu na imprensa nacional... Eu nunca vi um secretário municipal ou estadual me condenar por qualquer atitude. Pelo contrário, diziam que eu ajudava a facilitar, ajudava a facilitar a burocracia pública, para que as coisas acontecessem. Foi esta a minha função, a de fazer acontecer”, pontuou.

Acompanhe ao vivo:

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação