voto impresso

Lira defende discussão entre Poderes sobre auditagem de votos

Presidente da Câmara pretende manter a discussão sobre mudanças no processo eleitoral caso a PEC do voto impresso seja rejeitada pelo plenário da Casa nesta terça-feira

Jorge Vasconcellos
postado em 10/08/2021 17:41 / atualizado em 10/08/2021 17:42
 (crédito: AFP / Sergio Lima)
(crédito: AFP / Sergio Lima)

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende manter viva a discussão sobre mudanças no sistema de votação caso a PEC do voto impresso seja rejeitada na votação desta terça-feira (10/8), no plenário da Casa. Nesta tarde, o deputado defendeu que, se a proposta for derrubada, os três Poderes se reúnam para discutir melhorias na auditagem dos votos.

"Eu não vou mudar um minuto do que eu venho falando nos últimos dois ou três meses. Todos os deputados que estão aqui foram eleitos pelo sistema de urna eletrônica. Eu venho dizendo que eu já participei de oito eleições, seis delas no sistema eletrônico. Eu não posso, nem devo, nem tenho prova para dizer que o sistema não é correto, mas eu disse também que não custa nada nós chegarmos a um acordo pacífico entre os Poderes para se aumentar a auditagem das urnas", disse o presidente da Câmara aos jornalistas.

O parlamentar acrescentou que deseja que, na votação da PEC, "não haja vencidos e vencedores, porque é uma matéria como outra qualquer que não tem essa repercussão que estão dando; nós temos matérias muito mais importantes no Brasil".

Lira afirmou ainda que o intuito de trazer a PEC para o plenário, mesmo ela tendo sido derrubada na comissão especial, é para que se tenha um resultado final sobre essa discussão. "Se Deus quiser, espero que todos entendam, e, como eu disse no início, se nós pudermos depois sentar e fazer com que, se não tiver êxito a PEC, tenha um sistema de auditagem mais claro, mais transparente, que tire as dúvidas da população, será benéfico para a democracia do país", declarou o congressista.

A discussão sobre o voto impresso está no centro da grave crise entre o presidente Jair Bolsonaro, defensor da PEC, e a cúpula do Poder Judiciário. Sem apresentar provas, o chefe do governo tem repetido a informação falsa de que as urnas eletrônicas são vulneráveis a fraudes e não são auditáveis. Depois de afirmar, em diferentes ocasiões, que não haverá eleições em 2022 sem voto impresso, Bolsonaro se tornou alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Pelas declarações do presidente da Câmara, a discussão sobre o voto impresso não sairá tão cedo da pauta política, mesmo se for confirmada a previsão de que a PEC será rejeitada por ampla margem na votação de hoje.

 

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