EMBATES

7 de setembro: Grupos pró e contra Bolsonaro disputam Avenida Paulista para manifestações

Por determinação, movimentos rivais não podem ocupar o espaço ao mesmo tempo. Assim, favoráveis e contrários ao presidente buscam na Justiça o direito de protestar no feriado

Correio Braziliense
postado em 19/08/2021 06:55
 (crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)
(crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Palco de memoráveis manifestações políticas desde 2013, a Avenida Paulista continua a ser disputada por grupos de posicionamentos diferentes para publicizar ideais. A bola da vez é o feriado de 7 de setembro, em que se comemora a Independência do Brasil, oficializada em 1822, data em que apoiadores do presidente Bolsonaro (sem partido) e favoráveis ao impeachment do chefe do Executivo marcaram atos para o local.

O problema é que, por decisão judicial, feita em 2020, a Avenida Paulista só pode ser usada por um lado de cada vez e os dois grupos se recusam a abrir mão do espaço. A atitude tem preocupado a Polícia Militar da cidade por ser um indício de possíveis conflitos. As informações são da Folha de S. Paulo.

De acordo com a PM, o direito de usar a avenida é do movimento pró-Bolsonaro porque no último empate, em 24 de julho, os aliados do governo concordaram em fazer o protesto longe do local, no Parque Ibirapuera. No entanto, a oposição discorda da decisão da corporação.

O coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) e um dos organizadores das marchas da Campanha Fora Bolsonaro, Raimundo Bomfim, afirma que o grupo que concordou em ceder o uso da Paulista em 24 de julho não era “oficial”. “Era um representante de um grupo pequeno, que queria fazer um ato de cunho religioso. Ele nem participou de reunião de mediação”, lembra.

“Então, quando um lado estiver planejando ato, basta uma pessoa pedir o mesmo e fazer a concessão para que, na vez seguinte, tenha prioridade? Não concordo”, pontua.

Bomfim também diz que se a decisão for baseada na última vez de uso da avenida, quem tem o direito é a oposição ao governo, já que o último protesto ocorrido no local foi de apoiadores de Bolsonaro, em 1º de agosto, em defesa ao voto impresso. “Não queremos desrespeitar nenhuma decisão da Justiça, mas queremos debater essa interpretação da liminar, que nos parece injusta”, diz.

Ele ainda critica a concessão para pessoas com pensamentos golpistas e que ferem a democracia. “Não é razoável que a Paulista seja priorizada para quem defende intervenção militar e fechamento de instituições, em prejuízo de quem defende a democracia e a aceleração da vacina”, frisa. Bomfim afirma que o grupo irá recorrer da decisão da PM no Ministério Público e na Ordem dos Advogados do Brasil.

Bolsonaristas estão preparados para a Paulista, diz líder a favor do presidente

Mauro Reinaldo, fundador do movimento União pelo Brasil, convoca o ato favorável a Bolsonaro em 7 de setembro. O empresário afirma que o grupo está preparado para a concentração na Paulista e que seguirão todas as orientações das autoridades da cidade.

O protesto terá como pauta o pedido para a abertura de uma investigação do Judiciário, como era o objetivo da CPI da Lava Toga, proposta no Congresso.

Reinaldo afirma que muitas pessoas estarão no local, além do próprio presidente Bolsonaro. Ele ainda diz que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e outros bolsonaristas famosos podem visitar a manifestação.

Após os intensos embates entre Bolsonaro e o Judiciário, além das derrotas no Congresso, como a negativa da Câmara dos Deputados para o voto impresso, os apoiadores do Chefe do Executivo veem na data e na possível manifestação uma forma de pressionar os poderes.

Eles tratam o 7 de setembro como “nova Independência”. A movimentação tem ganhado ainda mais vigor após Bolsonaro afirmar, em entrevista à Rádio Capital Notícia Cuiabá, que é “leal ao povo brasileiro” e que “o povo tem que dar o norte do que devemos fazer”, na terça-feira (17/8)

 

 

 

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