CPI da Covid

Dono da Precisa se recusa a responder perguntas e irrita CPI da Covid

Francisco Maximiano não se comprometeu a falar a verdade e ficou em silêncio durante boa parte do depoimento desta quinta-feira (19/8)

Sócio-proprietário da Precisa Medicamentos, empresa que negociou com o Ministério da Saúde a venda de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin pelo valor de R$ 1,6 bilhão, Francisco Maximiano prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, nesta quinta-feira (19/8), e decidiu ficar em silêncio durante a maioria dos questionamentos feitos pelos senadores do colegiado.

Maximiano conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), expedido pela ministra Rosa Weber, que lhe deu o direito de não responder a questionamentos que pudessem incriminá-lo. Contudo, ele ficou em silêncio também diante de perguntas que não tinham relação com a negociação da Covaxin.

Além disso, Maximiano se recusou a firmar o compromisso de falar a verdade e abriu mão dos 15 minutos que são concedidos aos depoentes logo no início da sessão para que possam fazer a defesa.

A postura do dono da Precisa revoltou os parlamentares da CPI. Houve um pedido para que o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), suspendesse a sessão para que o colegiado consultasse o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, sobre qual deve ser o limite para o silêncio do depoente.

"Silêncio dos inocentes"

Contudo, alguns senadores recomendaram que o depoimento não fosse interrompido e disseram a Aziz que prendesse Maximiano caso ele extrapolasse o direito de não responder a determinadas questões. “Siga as perguntas. Se Vossa Excelência ou se algum senador entender que ele está criando um obstáculo efetivo, avise e parta para aquilo que a gente já fez na CPI”, disse o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) acrescentou que o silêncio de Maximiano confirma as suspeitas que pairam sobre ele e sobre a Precisa. “Não há silêncio dos inocentes aqui. Consequentemente, quando o depoente ora aceita responder ora não, está dizendo, ele está dando a resposta para nós. Quando ele se reserva ao direito de ficar em silêncio, de duas uma: ou ele sabe que, se falar, vai ter que mentir ou vai ter que se autoincriminar. Então, nós já temos as respostas.”

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