RIO DE JANEIRO

Bolsonaro a arcebispo do Rio: "Missão difícil de salvar certas almas aqui no Brasil"

Em referência à sua política armamentista, o chefe do Executivo disse que "com flores não se ganha a guerra. Se você fala em armamento... Se você quer paz, se prepare para a guerra", completou.

Ingrid Soares
postado em 01/09/2021 13:41 / atualizado em 01/09/2021 13:54
 (crédito: Evaristo Sa/AFP - 17/11/20 )
(crédito: Evaristo Sa/AFP - 17/11/20 )

O presidente Jair Bolsonaro alfinetou nesta quarta-feira (01/09) seus desafetos políticos. Durante discurso na cerimônia de entrega da Medalha Mérito Desportivo Militar, no Rio de Janeiro, onde atletas medalhistas das olimpíadas de Tóquio foram homenageados, assim como atletas militares, o mandatário citou o cardeal-arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, presente no evento, afirmando que o padre tinha uma "missão difícil" de "salvar certas almas no Brasil. "A gente chama [o padre] de nosso último advogado. Missão difícil de salvar certas almas aqui no Brasil", disparou.

O mandatário passa por mais uma crise com o Judiciário criada por ele próprio após sucessivos ataques,  reforçada pelo pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes que foi rejeitado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Ainda em referência à sua política armamentista, o chefe do Executivo disse que "com flores não se ganha a guerra. Se você fala em armamento... Se você quer paz, se prepare para a guerra", completou.

No sábado, em Goiânia, o presidente foi presenteado com um violão autografado por cantores sertanejos, como Gusttavo Lima, Leonardo e Amado Batista. Em seguida, o mandatário fez sinal de arma com o objeto e emendou que "homem armado, jamais será escravizado".

No último dia 27, ele afirmou que "todo mundo tem que comprar fuzil". "Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Daí tem um idiota que diz "ah, tem que comprar feijão". Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar", disparou.

Já no dia 26, o mandatário ironizou matérias da imprensa apontando que o número de aquisição de armamentos tem dobrado ano após ano e rebateu dizendo esperar que "quintuplique".

Bolsonaro também contou histórias de quando participava de atividades desportivas no Exército. Em um dos relatos, ocorrido em 1980, no Rio, o mandatário disse que tinha uma mania que consistia em não lavar as calças e o abrigo usados após atividades de pentatlo militar.

"Passou aqui, neste centro de formação. Atleta tem suas manias e eu tinha a minha. Quando ia fazer pista de pentatlo militar, usava o mesmo abrigo e mesma calça de instrução. Com detalhe, eu nunca havia lavado aquelas duas calças. Não podia lavar. E descia para o café da manhã com aquela roupa se alguém me visse sentado ia jogar uma moedinha no meu colo, mas estava pronto para fazer a prova, eis que aparece um almirante, de branco, fardado, impecável e vê quase um mendigo como eu ali embaixo ele me deu uma bronca tão grande que estou molhado até hoje", disse rindo aos atletas.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação