CORREIO TALKS

Dr. Luizinho: Brasil precisa reorganizar sistema de saúde

Em debate promovido pelo Correio nesta quinta-feira (30/9), Impacto Social das Doenças Pulmonares Graves, autoridades discutiram tendências, cenários e políticas públicas de saúde

Gabriela Bernardes*
postado em 30/09/2021 17:32 / atualizado em 30/09/2021 17:33
 (crédito: Reprodução/YouTube)
(crédito: Reprodução/YouTube)

Em busca de melhorias no tratamento das doenças pulmonares crônicas, parlamentares e associações buscam a criação da frente de Doenças Pulmonares Graves, que ajudaria casos como a falta de medicamentos para pacientes de hipertensão pulmonar a terem mais visibilidade e, possivelmente, uma resposta mais imediata das autoridades.

Reunindo autoridades e especialistas ligados ao assunto, o Correio realizou, nesta quinta-feira (30/9), o seminário virtual Correio Talks Impacto Social das Doenças Pulmonares Graves. O evento foi transmitido pelas redes sociais do jornal (site, Facebook, Instagram e YouTube).

Um dos participantes do painel, o deputado federal Luiz Antônio Teixeira (PP-RJ), Dr. Luizinho, debateu sobre os problemas do diagnóstico tardio e da falta de infraestrutura no tratamento de doenças pulmonares.

Segundo o parlamentar, “nós precisamos, no Brasil, fazer um trabalho muito grande de organização do sistema de saúde. Encarar cada uma das doenças para perceber de que forma nós conseguimos efetivamente levar todas as alternativas terapêuticas até a ponta, desde do diagnóstico precoce até o transplante”.

De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as doenças respiratórias são uma das principais causas de internações hospitalares no país.

Também participaram do painel o deputado federal Pedro Westphalen (PP-RS) e o médico Rafael Stelmach, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Fundação ProAr, e Cristiano Silveira, diretor de políticas públicas do Instituto Unidos Pela Vida.

Teste do Pezinho

Teste do pezinho
Segundo Dr. Luizinho, uma evolução importante para o diagnóstico rápido de várias doenças foi a implementação do resultado on-line para o Teste do Pezinho, exame feito a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê e que permite identificar diversas doenças graves. “Hoje, a mãe, através de um acesso simples na internet, com o número do papel-filtro e com a data de nascimento da criança, já tem o resultado. Da mesma maneira, ela pode ser avisada de forma mais breve, e não fica dependendo da gente imprimir o exame e mandar por correio, para só então chegar no posto de saúde e a criança ter o diagnóstico muito tardio”, afirmou.

O deputado conta que, à época em que esteve na Secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro, observava, em levantamentos oficiais, que 30 mil crianças por ano não realizavam o Teste do Pezinho. “Quando fomos investigar, na verdade, eram mais de 100 mil crianças que não faziam o teste. Isso é muito grave”, disse o parlamentar.

Dr. Luizinho ressalta que a relevância do teste, se deve, principalmente, pelo diagnóstico precoce das doenças. Por isso, o recomendado é que o exame seja realizado nos primeiros dias de vida do recém-nascido. “Tinham crianças que só faziam o teste com 6 meses de idade, o que atrapalhava no diagnóstico e tratamento”, comentou o debatedor.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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