CPI da Covid

Lobista da Precisa Medicamentos será conduzido à CPI pela polícia

Marconny Faria não compareceu na sessão de hoje e senadores acionam polícia legislativa e STF para pedir autorização de condução coercitiva

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid fez um pedido de condução coercitiva do advogado Marconny Faria à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã desta quinta-feira (2/9). Junto a isso, a Polícia Legislativa do Senado foi acionada para iniciar a busca do lobista.

A comissão esperava ouvir o depoimento de Marconny para esclarecer sobre a relação dele com Roberto Dias e o envolvimento de seu nome na negociação da vacina Covaxin, em um contrato de R$ 1,6 bilhão de reais com o Ministério da Saúde.

"Acabamos de oficiar à Polícia do Senado para dar cumprimento à ação. Caso não seja localizado, eu requisitarei a determinação de que requisitado à justiça da primeira instância a sua prisão”, explicou Randolfe Rodrigues, vice-presidente da comissão.

Para ele, Marconny já pode ser considerado em fuga. Por isso a intenção é acionar também a Interpol para impedir que saia do país. Em sessão, Randolfe reforçou: "Talvez seja de bom tom apresentar ao Brasil o conjunto de informações que detemos. Repito: o senhor Marconny não é o senhor de um lobby, é o senhor todo poderoso de todos os lobbys".

Ainda, segundo ele, o advogado não tem um histórico só de insucesso com o Ministério da Saúde, ele tem operações concretizadas e a aquisição de preservativos pela pasta, que “teve pelo menos três pagamentos”.
As suspeitas começaram quando os senadores receberam, na sessão de ontem, a informação de que o lobista não poderia comparecer à CPI em virtude de uma internação no Hospital Sírio, em Brasília. Randolfe afirmou que Marconny estaria “claramente procurando fugir”, pois a secretaria da comissão já tinha feito algumas tentativas de contato com o lobista, sem sucesso.

Além disso, na noite de quarta-feira a defesa do depoente apresentou um habeas corpus para suspender sua ida à CPI, o que foi negado por Cármem Lúcia. O STF decidiu apenas que Marconny poderia ter o direito ao silêncio, o que o coloca na posição de investigado.

A corte decidiu, em outro momento, que não poderia realizar a condução coercitiva de investigados, mas não se opôs em realizar a ação em caso de testemunhas. Portanto, a CPI pede primeiro que Marconny seja considerado testemunha e obrigado a falar. Depois, para que seja feita a condução coercitiva.