Repúdio

CNBB cobra punição a deputado bolsonarista por ofensas

Na quinta-feira, o parlamentar chamou os religiosos de "safados", "vagabundos" e "pedófilos" na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)

A carta é assinada por D. Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB -  (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
A carta é assinada por D. Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
postado em 18/10/2021 06:00 / atualizado em 09/10/2023 13:57

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repudiou os ataques sofridos pela instituição, pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, e pelo papa Francisco em discurso do deputado estadual Frederico D Ávila (PSL). Na quinta-feira, o parlamentar chamou os religiosos de “safados”, “vagabundos” e “pedófilos” na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Em nota, a CNBB diz que, “diante do povo brasileiro, rejeita fortemente as abomináveis agressões”. O texto — assinado pelo presidente da entidade, D. Walmor Oliveira de Azevedo — afirma que os ataques aos religiosos foram feitos “com ódio descontrolado” pelo parlamentar.

“Ao longo de toda a sua história de 69 anos, celebrada no dia em que ocorreu este deplorável fato, a CNBB jamais se acovardou diante das mais difíceis situações, sempre cumpriu sua missão merecedora de respeito pela relevância religiosa, moral e social na sociedade brasileira. Também jamais compactuou com atitudes violentas de quem quer que seja. Nunca se deixou intimidar”, ressalta a nota. “Agora, diante de um discurso medíocre e odioso, carente de lucidez, modelo de postura política abominável, que precisa ser extirpada e judicialmente corrigida pelo bem da democracia brasileira, a CNBB, mais uma vez, levanta sua voz.”

A instituição religiosa ainda “reivindica sempre a liberdade a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem.”

Por fim, a carta pede “medidas internas eficazes, legais e regimentais para que esse ultrajante desrespeito seja reparado em proporção à sua gravidade — sinal de compromisso inarredável com a construção de uma sociedade democrática e civilizada”.

Os insultos foram feitos após Dom Orlando Brandes defender — em cerimônia no dia 12 de outubro, no Santuário Nacional de Aparecida — um Brasil sem ódio e sem armas. “Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada”, pregou, na ocasião. D Ávila criticou o arcebispo: “Seu safado da CNBB dando recadinho para o presidente, para a população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é a pátria que não se submete a essa gentalha”, xingou.

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