Servidores

Lira contraria Bolsonaro e diz que não há espaço para aumento a servidores

Segundo o presidente da Câmara, do jeito que saiu da Casa, PEC dos Precatórios não permite aumento prometido por chefe do Executivo. E espera que no Senado texto sofra poucas alterações

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), rebateu o que disse Jair Bolsonaro (sem partido) esta semana e afirmou que não há espaço na PEC dos Precatórios para pagar um aumento aos servidores públicos em 2022. Após reunião de líderes nesta quinta-feira (18/11), Lira disse que as discussões envolvendo a PEC devem ser fiéis às previsões orçamentárias que já foram amplamente divulgados.

“Eu absolutamente não vi esse espaço, não conheço esse espaço, os números que foram apresentados pela Economia para a Câmara dos Deputados não previam esse aumento. E eu penso que aquele portfólio de custos que foi amplamente divulgado para a imprensa deve ser honrado para que a gente tenha a fidedignidade do que foi acertado nas discussões de Plenário sejam mantidos na votação da PEC”, afirmou, após reunião de líderes.

“Eu não me lembro, a não ser que eu esteja errado, de que tenha algum tipo de espaço para dar aumento a funcionários naquela proporção da abertura de espaço orçamentário”, prosseguiu.

Na última terça-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro disse que planeja usar uma parte do orçamento liberado pela PEC dos Precatórios para pagar um reajuste aos servidores no ano que vem, que é ano eleitoral.

"A inflação chegou a dois dígitos. Conversei com o (ministro da Economia) Paulo Guedes e, passando a PEC dos Precatórios, tem que ter um pequeno espaço para dar algum reajuste. Não é o que eles (servidores) merecem, mas é o que nós podemos dar", afirmou.

A PEC é a principal aposta do governo para pagar o Auxílio Brasil no valor de R$ 400, como prometeu. Essa é, segundo especialistas, uma estratégia para conseguir votos em 2022. A grande preocupação da oposição é o que o governo fará com o restante do dinheiro que não irá para o novo programa, já que Bolsonaro está, mais do que nunca, em modo campanha, tentando recuperar sua popularidade.

Saiba Mais