Indicações ao STF

Com Mendonça no STF, Bolsonaro avisa: "Quem for eleito em 2022 indica mais dois"

Após o Senado Federal chancelar a indicação do presidente para uma vaga no STF, Bolsonaro diz que ele ou seu sucessor escolherão mais dois ministros em 2023

Israel Medeiros
postado em 09/12/2021 19:56
 (crédito:  Alan Santos/PR)
(crédito: Alan Santos/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a aprovação do nome de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) para mandar um recado ao eleitorado. “Quem for eleito em 2022 indicará mais dois ministros” para a corte. Na tradicional live nesta quinta-feira (9/12), o mandatário agradeceu aos senadores que votaram a favor da indicação de Mendonça para o tribunal mais importante do país.

“[Ele é] um ministro terrivelmente evangélico, mas antes disso – ou também em cima disso –, uma pessoa que tem uma capacidade e um conhecimento jurídico extraordinário”, pontuou. Ele prosseguiu dizendo que a escolha de mais ministros, para as vagas de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber (que se aposentam no ano seguinte à eleição), será uma grande responsabilidade para o presidente eleito.

“E lembro: quem porventura se eleger ou se reeleger presidente no ano que vem poderá indicar no primeiro semestre de 2023 mais dois nomes para o Supremo Tribunal Federal. Então olha a responsabilidade de quem vier assumir essa cadeira minha aqui, se eu vier candidato, reassumir, ou se não vier, assumir uma reeleição e conseguir chegar lá. Olha a responsabilidade aí. E nós sabemos a importância de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal”, pontuou.

Logo depois de André Mendonça ter o nome aprovado na semana passada, Bolsonaro acenou ao eleitorado evangélico – que vibrou com a aprovação e faz parte de sua base fiel – e sinalizou que se for eleito em 2022, poderá indicar mais dois ministros evangélicos.

Na live desta quinta, ele voltou a criticar, de forma sutil, o trabalho dos atuais ministros. Nos últimos dias, o clima entre ele e o Judiciário voltou a esquentar após críticas ao trabalho dos magistrados no caso do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que está nos Estados Unidos e é procurado pela justiça brasileira. O nome dele já consta na lista de procurados da Interpol.

Quem determinou a prisão do extremista foi o ministro Alexandre de Moraes, antigo desafeto de Bolsonaro. “Como sabemos que o ser humano é falho, nós sabemos que tem um ou outro lá dentro que nem sempre toma decisões adequadas ou baseadas na nossa Constituição. Mas tudo se renova no poder Executivo, o presidente da Caixa Econômica, deputados, senadores e também ministro do STF. Ministro do TCU, do STJ, tem duas vagas do STJ”, disse.

Bolsonaro também ressaltou que, no ano que vem, indicará 80 desembargadores para o Tribunal Regional Federal da 6ª região (TRF-6), em Minas Gerais. “Também no ano que vem temos 80 vagas de desembargador no TRF-6, que eu vou indicar. Podem ficar tranquilos que serei bastante criterioso, conhecimento, saber jurídico, entre outras coisas”

“Chegará a lista tríplice para mim e a gente vai indicar, então, esses 80 do Judiciário. Alguns estão criticando já, né? Criticando por quê? Chega na minha vez e quer mudar o critério?”, questionou.

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