VAZAMENTO DE DADOS

Bia Kicis admite ter divulgado dados de médicos que defenderam vacinação infantil

Deputada compartilhou documento em grupo de WhatsApp que tinha informações pessoais dos profissionais. Médicos relatam que estão recebendo ameaças de grupos negacionistas

Luana Patriolino
postado em 06/01/2022 21:33 / atualizado em 06/01/2022 21:34
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Os dados pessoais de três médicos que defenderam a vacinação de crianças contra a covid-19 foram vazados, de maneira ilegal, pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF). A parlamentar admitiu ter repassado as informações dos profissionais em um grupo WhatsApp.

Os documentos estavam em poder do Ministério da Saúde, pois os médicos participaram da audiência pública promovida pela pasta, na última terça-feira (4/1). Eles apresentaram uma defesa contundente pela vacinação infantil, com argumentos científicos.

Geralmente, esse tipo de documento é publicado para conhecimento público. No entanto, isso só acontece após serem retirados dados pessoais dos envolvidos como, por exemplo, CPF, e-mail, telefone celular e nome completo — que são informações protegidas pela Lei-Geral de Proteção de Dados. Bia Kicis, que é bolsonarista e tem alimentado as correntes contra a vacina para crianças, divulgou as informações em um grupo de WhatsApp.

Os médicos são: Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações; Marco Aurélio Sáfadi, da Sociedade Brasileira de Pediatria; e Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações. Eles cobraram providências do Ministério da Saúde.

Os profissionais acreditam que os vazamentos teriam acontecido durante a audiência da Saúde, pois, logo em seguida, eles começaram a receber ameaças e intimidações nas redes sociais.

O Correio tentou contato com a deputada Bia Kicis, mas não teve retorno. O espaço segue disponível para manifestação da parlamentar.

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