REDES SOCIAIS

Bolsonaro diz que não admitirá banimento das redes sociais: "jogo baixo"

"Me banir das redes sociais é jogar fora das quatro linhas (da Constituição). O jogo tem que ser realizado dentro das quatro linhas. Eu só posso dizer isso", declarou o presidente

Ingrid Soares
postado em 10/01/2022 22:19 / atualizado em 10/01/2022 22:19
Bolsonaro também criticou a decisão do TSE que cassou o mandato do deputado estadual, Felipe Francischini após divulgação de fake news sobre as urnas eletrônicas -  (crédito: Alan Santos/PR)
Bolsonaro também criticou a decisão do TSE que cassou o mandato do deputado estadual, Felipe Francischini após divulgação de fake news sobre as urnas eletrônicas - (crédito: Alan Santos/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (10/01) que não admitirá ser banido das redes sociais. O chefe do Executivo relatou que caracteriza esse tipo de medida "fora das quatro linhas" da Constituição. A declaração ocorreu durante entrevista à Jovem Pan em referência a pedidos de antagonistas para que ele seja retirado das redes.

"Me banir das redes sociais é jogar fora das quatro linhas (da Constituição). O jogo tem que ser realizado dentro das quatro linhas. Eu só posso dizer isso. A gente não pode admitir um jogo baixo dessa natureza. Aí não é uma disputa dentro do critério democrático, é uma imposição. A gente não pode admitir isso aí. Acho que o bom senso se fará presente", disse.

Bolsonaro também criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, no ano passado, cassou o mandato do deputado estadual, Felipe Francischini após divulgação de fake news sobre as urnas eletrônicas.

"O que é natural é o chefe de Executivo tomar medidas restritivas para ele continuar no poder. E acontece o contrário aqui no Brasil. Me acusavam que eu seria um ditador, perseguiria negros, gays, mulheres e viram que o contrário aconteceu. Queria que ao longo de três anos alguém apontasse uma ação antidemocrática da minha parte, uma só tentativa de querer burlar, usar do poder que a gente tem para conseguir uma reeleição", alegou.

Bolsonaro ainda criticou a jornalista Míriam Leitão por, segundo ele, sugerir o banimento. "Qual é a acusação contra mim? Que fake news tenho praticado nas minhas mídias? Não existe. Quando acontece equívoco, a gente se retrata. Coisa que não acontece com a Globo nem com essa comentarista econômica. Se ela fosse tão boa, seria lembrada por alguém para ocupar ministério da economia, secretaria. Nunca foi lembrada para isso", disse.

Por fim, o líder do Planalto criticou a devolução de uma MP pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e suspensa pela ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber. A medida alterava alguns dispositivos da lei sobre o Marco Civil da Internet para tornar mais rígida a exclusão de perfis nas redes sociais e a remoção de conteúdos publicados na internet. Incluía na legislação "o direito de restituição do conteúdo disponibilizado pelo usuário na rede social e a exigência de justa causa e de motivação nos casos de cancelamento ou suspensão de funcionalidades de contas ou perfis mantidos pelos usuários de redes sociais, bem como nos casos de exclusão de conteúdo".

"Não tinha base para devolvê-la. Ele disse que não tinha urgência. Tem, sim. Dizia basicamente que o banimento e a derrubada tinham que haver o contraditório. E a tendência é aumentar tudo isso. Pretendo conversar com Pacheco novamente para ver se podemos tratar desse assunto. Caso contrário, nosso lado vai sofrer muito por ocasião das eleições. Ao cercearem, prejudicam não só a mim, mas a candidatos que estão do meu lado", concluiu.

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