ALFINETADA

Ciro: Não dá para votar em Bolsonaro contra PT ou em Lula contra o desastre

Pré-candidato do PDT tenta atrair eleitores indecisos para crescer nas intenções de voto

Guilherme Peixoto
postado em 12/02/2022 00:22 / atualizado em 12/02/2022 00:22
 (crédito: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
(crédito: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

Provável candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT) esteve em Belo Horizonte nesta sexta-feira (11/2) para se encontrar com o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Depois, parou para falar com a imprensa e aproveitou a oportunidade para mostrar suas credenciais e criticar Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líderes nas pesquisas de intenção de voto.

"Não dá para a gente votar no Bolsonaro para protestar contra o desastre econômico e de corrupção do PT e do Lula. E, agora, votar no Lula para protestar contra o desastre que Bolsonaro representa. É preciso ter calma, paciência e, acima de tudo, construir caminhos de diálogo", disse.

No mais recente levantamento eleitoral XP/Ipespe, Ciro aparece em terceiro lugar, com 8%, ao lado do ex-juiz Sergio Moro (Podemos). Lula, o líder, tem 43%; Bolsonaro, 25%.

O PDT e o PSD de Kalil se acertaram recentemente por uma aliança no Rio de Janeiro. Lá, os partidos vão caminhar juntos na campanha para o governo estadual. Pedetistas mineiros almejam repetir a aliança em solo mineiro.

Ao tratar do assunto, porém, Ciro fez questão de ressaltar o caráter local do arranjo e, outra vez, aproveitou para criticar Lula.

"Fizemos uma aliança no Rio. PDT e PSD se acertaram lá, e eu respeito aquilo. Não tem nenhum sentido eu atrapalhar um caminho que vai libertar o Rio de Janeiro do desastre político que se instalou ali. Aliás, com apoio do Lula em todas as eleições - ninguém pode ver Sergio Cabral e Crivella sem ver Lula apoiando o desmantelo que aconteceu no Rio de Janeiro".

Mais críticas

Ciro afirmou que o PDT tem Kalil como prioridade em Minas Gerais, mas que pode, sim, rumar à eleição em chapa própria, "puro-sangue". Apesar disso, afirmou que a conjuntura nacional exige união.

"Espero muito ir [à eleição] com mais gente. Porque a tarefa não é propriamente ganhar a eleição, mas de governar o Brasil", salientou.

Em meio ao assunto, mais críticas ao líder petista, por causa da articulação que fez o PSB ficar neutro na eleição presidencial em 2018 — em que pese a expectativa do PDT de ter os socialistas como aliados àquela época. A reviravolta forçou os trabalhistas a emplacarem coligação formada apenas com o Avante.

"Quando a gente não consegue, faz o que fez na eleição passada. Me cercaram, me cercaram e me cercaram. Na última hora, Lula tirou o tempo [de TV] do PSB, destruiu Marcio Lacerda aqui, tirou o tapete da Marília Arraes, e acabou fortalecendo Bolsonaro. Fiz o quê? Morri de véspera? Não morro de véspera. Sou um lutador. Luto pelo povo brasileiro", pontuou.

A fala foi uma mençao à desistência da candidatura do ex-prefeito de BH, Marcio Lacerda, ao governo mineiro. Marília Arraes, do PT, saiu de cena em Pernambuco, em prol do apoio à reeleição do governador Paulo Câmara, justamento do PSB.

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