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"Trabalhador que trabalha em aplicativo não tem direito a nada", diz Lula

"Quando o carro bate é que ele percebe que está abandonado, quando a bicicleta bate é que ele percebe que está abandonado", afirmou o petista, em entrevista nesta terça-feira (22/2), ao comentar reforma trabalhista

Bernardo Lima*
postado em 22/02/2022 16:32 / atualizado em 22/02/2022 16:33
 (crédito: Instituto Lula/ reprodução )
(crédito: Instituto Lula/ reprodução )

ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que trabalhadores que prestam serviços para aplicativos de entrega e viagens "não tem direito a nada". Ao criticar a reforma trabalhista aprovada em 2017, no governo Michel Temer, petista citou a situação dos motoristas e entregadores de aplicativos como exemplo da precarização dos direitos trabalhistas no Brasil.

“Agora, o que eles fizeram foi destruir o direito dos trabalhadores. Trabalhador que trabalha em aplicativo não tem direito a nada, não tem direito a descanso semanal remunerado, não tem direito a férias, não tem direito a 13º [salário], e não tem seguridade nenhuma. Quando o carro bate é que ele percebe que está abandonado, quando a bicicleta bate é que ele percebe que está abandonado”, exemplificou, em entrevista à Rádio Passos FM nesta terça-feira (22/2).

O ex-presidente mencionou o caso do aplicativo criado pela prefeitura de Araraquara (SP), cidade comandada por Edinho Silva (PT), como exemplo de solução para o problema. Adotado no município do interior paulista, o Bibi Mob presta os mesmos serviços da Uber e da 99, mas com diferença nas tarifas: motoristas recebem até 95% do valor da corrida.

“O que ele (Edinho Silva) está fazendo, se der certo, é uma revolução para que todos os prefeitos do Brasil organizem aplicativos nas suas cidades e o povo não seja escravo de uma empresa estrangeira, de uma multinacional, ou sei lá de quem. Que seja efetivamente trabalhador, com carteira assinada, com jornada de trabalho e com direito a descanso remunerado para cuidar da sua família. É esse Brasil que nós queremos construir e é esse tipo de discussão que a gente vai querer fazer para rediscutir a questão do mundo do trabalho nesse país”, concluiu.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro


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