Com assinatura do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (1°/2) a nomeação do auditor João José Tafner como corregedor da Receita Federal. Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), Tafner assume área de interesse do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O filho 01 do presidente da República teria tido influência na nomeação de Tafner ao cargo que estava vago desde julho de 2021, quando terminou o mandato de José Pereira de Barros Neto. Para ocupar a vaga, Guedes havia indicado Guilherme Bibiani, mas Flávio teria pedido ao ministro para que o escolhido fosse alguém de sua confiança.
Servidor público federal há quase 20 anos, Tafner assumiu no ano passado a direção administrativa-financeira da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa vinculada ao Ministério da Economia.
Durante o comando de Barros Neto na corregedoria na Receita foram identificados indícios de que o senador Flávio, quando vereador do Rio de Janeiro, teria montado um esquema de rachadinhas em seu gabinete.
O político chegou a mover uma ação contra o auditor, alegando irregularidades na atuação dos auditores do Rio de Janeiro no caso das rachadinhas. Flávio e seus advogados chegaram a se reunir, em 2020, com o secretário da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, para apresentar suas suspeitas. A pasta da Economia concluiu que não houve infração e arquivou o caso.
A defesa do senador alega que a investigação da "rachadinha", da qual ele é alvo, teria sido iniciada a partir da atuação irregular de auditores da Receita no Rio de Janeiro.