RACHADINHAS

Amigo de Bolsonaro confirma rachadinha em gabinetes da família

De acordo com o ex-assessor, as rachadinhas aconteceram nos gabinetes do presidente e de seus filhos, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro

Ana Mendonça/Estado de Minas
postado em 21/01/2022 21:21 / atualizado em 21/01/2022 21:22
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

O aposentado da Marinha Mercante Wladir Ferraz, ex-assessor e grande amigo do presidente Jair Bolsonaro (PL) desde quando o chefe do Executivo federal ainda era vereador pelo Rio de Janeiro, fez novas revelações sobre as “rachadinhas” da família Bolsonaro. As declarações foram dadas em entrevista à revista Veja.

Wladir Ferraz é conhecido como Jacaré, mas era chamado pelo presidente de “zero zero”. Ele foi contratado para trabalhar nos gabinetes de Bolsonaro na Câmara dos Deputados e de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio. Além disso, recebeu duas condecorações do governo federal.

De acordo com Jacaré, as rachadinhas aconteceram nos gabinetes do então deputado Jair Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro, ainda na Assembleia do Rio, e de Carlos, na Câmara Municipal.

Ainda segundo o ex-assessor relatou à Veja, a responsável pela execução das operações era a ex-mulher do presidente Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan, filho “04” de Bolsonaro. Jacaré conta ainda que “quem fazia” era Ana Cristina, mas quem “assinava” era o próprio Bolsonaro.

“Ela (Ana Cristina Valle) fez nos três gabinetes. Em Brasília, aqui no Flávio e no Carlos. O Bolsonaro deixou tudo na mão dela para ela resolver. Ela fez a festa. Infelizmente é isso. Ela que fazia, mas quem é que assinava?", questiona Jacaré. "Quem assinava era ele (Jair Bolsonaro). Ele vai dizer que não sabe? É batom na cueca. Como é que você vai explicar? Ele está administrando. Não tem muito o que fazer", prosseguiu.

Segundo Jacaré, a rachadinha se tornou prática nos gabinetes da família Bolsonaro na década de 90, quando o agora presidente exercia mandato de deputado federal. Naquela época, Ana Cristina, então casada com um sargento, começou a se aproximar de Bolsonaro. Jacaré conta que ela foi se “infiltrando”.

Ainda de acordo com ele, o esquema funcionava da seguinte maneira: responsável por uma cota de contratações, Ana Cristina recolhia documentos de algumas pessoas, abria contas bancárias em nome delas e embolsava grande parte de seus salários. Muitas vezes, o funcionário era fantasma e nem sequer tinha conhecimento de que estava oficialmente empregado no gabinete de Bolsonaro.

Nas "rachadinhas", transfere-se o dinheiro de assessores laranjas para a conta pessoal de um político.

O ex-assessor também contou que Ana Cristina ameaçou Bolsonaro, pedindo dinheiro para manter o seu silêncio.

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