Despedida

'Deprimente desvalorização mundial', diz Barroso sobre imagem do país lá fora

Ministro se despediu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (17/2) e destacou preocupação com a gestão do país

Em discurso de despedida do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso destacou que os líderes mundiais assistem com preocupação à instabilidade política do país. O magistrado chamou a atuação do governo Bolsonaro de “populismo extremista” e afirmou que o Brasil vive um momento de “deprimente desvalorização mundial”.

“Em um mundo que assiste preocupado à ascensão do populismo extremista e autoritário reascendendo o fascismo, a preservação da democracia e o respeito às instituições passaram a ser ativos valiosos, indispensáveis para quem deseja ser um ator global relevante”, disse Barroso.

O magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) lembrou de eventos em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneceu isolado, como, por exemplo, o encontro da cúpula do G20, em Roma, na Itália, que reúne representantes de grandes países e economias. “Não é de se surpreender que dirigentes brasileiros não sejam hoje bem-vindos em nenhum país democrático e desenvolvido do mundo e nos eventos multilaterais, vagam pelos corredores e calçadas sem serem recebidos, acumulando recusas em pedidos de reunião bilaterais”, disse.

O ministro também lamentou o momento de instabilidade política e econômica do país. “A marca Brasil vive um momento de deprimente desvalorização mundial. Passamos de um país querido e admirado internacionalmente a um país olhado com desconfiança e desprezo”, ressaltou no discurso.

No próximo dia 22, os ministros Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes tomarão posse como novos presidente e vice do TSE, respectivamente. A gestão de Barroso no TSE foi marcada por respostas a ataques do presidente e de seus apoiadores. Desde o início do governo, o chefe do Executivo repete investidas contra o Judiciário e o sistema eletrônico de votação, sem nunca ter apresentado provas.

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