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"Nunca afirmei uma candidatura", diz Pacheco sobre disputa pelo Planalto

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco diz que ainda não avaliou "plenamente" a entrada na corrida pelo Planalto

Guilherme Peixoto
Natasha Werneck
postado em 09/03/2022 06:00
 (crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)
(crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, ontem, que seu partido deve definir "em breve" os rumos a tomar nas eleições. Cotado para ser candidato à Presidência da República, o parlamentar frisou "nunca" ter dito que seria, de fato, postulante ao Palácio do Planalto. O convite ao senador foi feito por Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente nacional da legenda.

"Nunca afirmei uma candidatura à Presidência da República. O PSD deseja ter candidatura própria. Recebi um convite do presidente do partido, da Executiva e dos parlamentares para uma candidatura pelo PSD. É uma avaliação que ainda não foi feita plenamente por mim", sustentou, durante o Congresso Mineiro de Vereadores, em Belo Horizonte.

Parte dos integrantes da sigla defende que, mesmo sem Pacheco, o partido apresente um nome para se opor à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). O nome de Eduardo Leite (PSDB), governador gaúcho derrotado pelo gestor de São Paulo, João Doria, nas prévias tucanas, passou a ser aventado.

Embora não tenha dado pistas sobre os rumos do PSD, Pacheco indicou que participará da decisão. "Em breve, o partido deve ter uma definição em relação a seu posicionamento nacional. Isso, naturalmente, me envolve. Certamente, farei parte dessa discussão, mas não necessariamente como candidato", destacou. Em novembro, quando participou da convenção nacional dos pessedistas, o senador assegurou que estará pronto, de "corpo, alma, mente e coração", para auxiliar a legenda na eleição de 2022.

Pautas

Pacheco enfatizou que as pautas no Legislativo não ficarão em segundo plano este ano, mesmo com a campanha eleitoral. Ele destacou importantes projetos em discussão no Congresso, como os que tratam do preço dos combustíveis, do Plano Nacional de Educação, e das reformas tributária e da chamada Lei do Impeachment. O parlamentar lembrou que, na abertura do ano legislativo, em fevereiro — que contou com a presença de Bolsonaro; do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux — ressaltou a necessidade de união de esforços para não deixar pautas importantes paradas por causa das eleições.

"Há um paradigma na política nacional de que em ano eleitoral se paralisa muito o funcionamento das casas legislativas. Fiz essa súplica (aos Poderes) de que tivéssemos, todos, a consciência de que o Brasil tem problemas reais e muito graves hoje, que precisamos intermediá-los", comentou. "Temos, na pauta do Senado, esta semana, o Projeto de Lei Complementar 11/2020 e o Projeto de Lei 1.472/2021, ambos tratando da questão dos combustíveis, justamente para dar uma contenção nos aumentos e eventualmente até reduzi-los, que vamos apreciar na quarta-feira (hoje)", destacou.

A educação, segundo ele, é outra prioridade. "Vamos apreciar na pauta do Senado o Plano Nacional de Educação, que está sendo relatado pelo senador Dário Berger (MDB-SC), que é uma modificação estruturante na educação brasileira, projeto importante e que, em tese, teria dificuldade no ano eleitoral", acrescentou.

O senador também mencionou outras propostas relevantes. "Na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, já foi lido o parecer da reforma tributária ampla, a PEC (proposta de emenda à Constituição) 110, que espero que seja apreciado e, com isso, vamos pautar", disse. "Eu instituí algumas comissões de juristas, também, para apresentar o anteprojeto, que espero também apreciar este ano, como a reforma da Lei do Impeachment. (...) Como se fala muito de impeachment hoje no Brasil, em todas as instâncias e em todos os níveis, é preciso que haja um diploma que seja moderno e atualizado."

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