MEIO AMBIENTE

Cenário de continuidade de Bolsonaro é inaceitável, diz Maria Gadú

Caetano Veloso convocou artistas e movimentos para participar do Ato pela Terra Contra o Pacote da Destruição, nesta quarta-feira (9/3), a partir das 16h, na Esplanada dos Ministérios, próximo ao Congresso Nacional

Michelle Portela
postado em 09/03/2022 13:05 / atualizado em 09/03/2022 13:06
 (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

O cantor e compositor Caetano Veloso convocou artistas e movimentos para participar do Ato pela Terra Contra o Pacote da Destruição, nesta quarta-feira (9/3), a partir das 16h, na Esplanada dos Ministérios, próximo ao Congresso Nacional. A cantora Maria Gadú já está em Brasília para participar das mobilizações.

“Imaginar um cenário de continuidade do governo Bolsonaro é inaceitável. O sentimento é de revolta e é por isso que a gente está aqui”, diz a artista, que se soma a Caetano, Emicida, Criolo, Seu Jorge, Bela Gil, Malu Mader, Lázaro Ramos, Nando Reis, Daniela Mercury, Baco Exu do Blues e Bruno Gagliasso no ato.

Para Gadú, que já participou de outras manifestações contra votações polêmicas na Câmara dos Deputados, a união entre diferentes forças políticas é a única forma de vencer o atual projeto político no poder, mas com protagonismo da sociedade para uma transição social. “Eu acredito em reflorestamento, em mudanças de hábitos, grandes empresas empreendendo com justiça. Eu não acredito em Bolsonaro continuando, porque acreditar em Bolsonaro continuando é morrer daqui a 100 dias”, disse.

A mobilização em Brasília recebeu apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e representantes de movimentos como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) também participam.

“Não dá mais para a gente ficar só com medo. Está na hora de a gente unir nossas vozes contra todo esse projeto de destruição que está em curso. É um chamado de emergência máxima”, disse Maria Gadú.

Mobilização

Por meio das redes sociais, Caetano explicou a importância de apoiar o evento. “Esperamos que a luz lançada no Senado possa levar a resultados práticos. O presidente da Câmara tem dado mostras de fazer passar toda a desastrosa permissividade que o atual governo propõe”, disse o cantor.

Naturais de Brasília, os músicos do Natiruts já confirmaram presença. Para o vocalista Alexandre Carlo, o ato provoca a sociedade a se posicionar contra uma “agenda negativa” do atual governo e do Congresso Nacional, que pode ter impacto de longo prazo para todos os brasileiros.

Ato

O conjunto de projetos contra os quais o movimento protesta, nesta quarta-feira na Esplanada, tem sido chamado por ambientalistas e ativistas de “pacote da destruição”. Na lista, por exemplo, está o Projeto de Lei 191/2020, que modifica a atual legislação e legaliza a exploração mineral de terras indígenas na Amazônia.

Também estão os projetos de lei 191/2020 e 490/2007 — que liberam atividades como mineração e hidrelétricas em terras indígenas e barram o reconhecimento de novos territórios com a tese do marco temporal; os PL 2.633/2020 e 510/2021, apelidado pelos ambientalistas de PLs da Grilagem por flexibilizarem as regras de exploração de terra na região da Amazônia Legal; e o PL 6.299/2002, que amplia a margem para autorização a inserção de novos agrotóxicos no mercado. 

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