O senador Alessandro Vieira (SE) anunciou que deixará o Cidadania porque o partido rompeu o "compromisso com a renovação" ao mudar o estatuto e permitir que o presidente da sigla, Roberto Freire, seja mantido no cargo por 34 anos.
Em reunião do Congresso Nacional do Cidadania, ocorrida neste sábado (12/3), Freire apresentou uma versão nova do estatuo, que aumentaria em mais dois anos o cargo dele na presidência da legenda. No total, ele ficará 34 anos no poder, entre PCB, PPS e Cidadania.
No Twitter, o senador afirmou não concordar com a postura do correligionário. "O Brasil exige renovação na política e o Cidadania responde mudando seu estatuto e garantindo a permanência de Roberto Freire por 34 anos na presidência. Por evidente incompatibilidade, manifesto minha desfiliação do partido. A democracia exige espírito público e desprendimento", escreveu
O Brasil exige renovação na política e o Cidadania responde mudando seu estatuto e garantindo a permanência de Roberto Freire por 34 anos na presidência. Por evidente incompatibilidade, manifesto minha desfiliação do partido. A democracia exige espírito público e desprendimento.
— Senador Alessandro Vieira (@Sen_Alessandro) March 12, 2022
Em nota, sem citar diretamente Freire, o ex-pré candidato ao Planalto pela legenda criticou o dirigente, afirmando que"preferem ignorar" a realidade e investe "na anutenção de seus feudos e privilégios, retardando ou mesmo impedindo a formação e consolidação de novas lideranças".
Vieira diz que a consequência é o descrédito da classe política e abre espaço para "populistas irresponsáveis". O senador lembrou que ingressou na legenda em 2018 para materializar a vontade de renovação, que estava manifesta no estatuto do Cidadania. Contudo, ele acusa um rompimento com o compromisso de renovação.
"Estes mesmos princípios, diante do rompimento do compromisso de renovação, com alteração do Estatuto e manutenção de Roberto Freire como presidente, condição que ostentará por 34 anos, levam à conclusão de que é absolutamente inviável a minha permanência como filiado do Cidadania", escreveu.
O parlamentar também aproveitou para manifestar respeito às senadoras Eliziane Gama (MA) e Leila Barros (DF) a quem disse que conviveu de "forma muito proveitosa nos últimos anos".
Leila, aliás, também anunciou sua desfiliação do Cidadania no último dia 7. A senadora usou a falta de consenso relacionada a federação partidária para deixar a sigla.
Aliados afirmam que a união da sigla com o PSDB poderia trazer dificuldades para uma possível candidatura da senadora ao governo do Distrito Federal, uma vez que o PSDB pode indicar um nome para a disputa, como o do senador Izalci Lucas (PSDB/DF).
Leila está com conversas adiantadas com PDT e PV.
Pelo Twitter, Freire lamentou a decisão de Alessandro Vieira. "Lamento a decisão do senador Alessandro, único voto contra o novo Diretório Nacional. Teve todo espaço no Cidadania p/ construir a candidatura e o partido em Sergipe, que comanda desde a chegada. Renovação não é questão de idade mas de agenda. Política é vitória e derrota. Sorte", escreveu.
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