Eleições

"Não teve perseguição coisa nenhuma", diz Moro sobre Lava-Jato

Em entrevista, nesta quarta-feira (16/3) a uma rádio de Natal, o ex-juiz pré-candidato pelo Podemos afirmou que as anulações pelo STF de processos contra Lula foram um erro

Victor Correia
postado em 16/03/2022 14:57 / atualizado em 16/03/2022 14:59
 (crédito: Nelson Almeida/AFP)
(crédito: Nelson Almeida/AFP)

O pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sergio Moro, afirmou nesta quarta-feira (16/3) que as anulações do Supremo Tribunal Federal (STF) a processos acusando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram um erro. Em entrevista à rádio 96fm de Natal (RN), Moro voltou a negar ter havido parcialidade nas ações da Lava-Jato. O ex-juiz ainda criticou os projetos econômicos de Ciro Gomes (PDT) e de Lula.

“O recado que o Supremo está mandando é que o crime compensa. O erro não está no juiz, no Ministério Público, não está em Curitiba. Você tem que olhar para Brasília, olhar para o Supremo”, disse o pré-candidato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL). “Não teve perseguição coisa nenhuma. Não vou ficar me lamentando pelos cantos. Nosso projeto [de governo] retoma o combate à corrupção.”

O STF suspendeu, no dia 2 de março, o último dos 25 processos derivados da Lava-Jato que acusavam Lula. A ação apontava irregularidades da compra de caças modelo Gripen no governo Dilma.

Para Moro, a anulação das condenações de Lula, do ex-deputado Eduardo Cunha e do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral não prova que eles são inocentes. “Todas as violações de leis feitas pelos governos anteriores e pelo atual não levaram o país muito longe. Se para governar, você tem que violar a ética, a lei, no mínimo, o Brasil deve ter crescido muito e as pessoas têm que estar muito bem. Mas [o país] está estagnado”.

Equipe

O pré-candidato pelo Podemos detalhou que a maior prioridade de seu governo caso eleito será a recuperação econômica, com empregos e responsabilidade fiscal. Sua equipe já está formada e conta com nomes como economista Affonso Pastore, o médico Denizar Vianna e o advogado Joaquim Falcão.

Moro criticou ainda as propostas de Ciro e de Lula para a economia, argumentando que elas podem levar a uma recessão semelhante à crise enfrentada no governo Dilma, “que foi a maior da história”, na opinião do ex-juiz. Ele cita que o Brasil teve os nove últimos anos perdidos para os governos anteriores, incluindo o de Bolsonaro, do qual fez parte.

“Temos um programa de ação imediata de erradicação da pobreza e da fome. E a gente precisa controla a inflação. Não se faz isso pedindo um cheque em branco para a população”, disse Sérgio Moro. “Tem candidatos, como o Lula, que (no discurso) parece que vai começar a chover picanha em 2023. A gente quer empoderar as pessoas para que elas possam começar a comprar carne.”

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