Ministro do Supremo

Gilmar: 'Legado de Bolsonaro foi ter nomeado Moro e devolvê-lo para o nada'

Ministro do STF fez diversas críticas ao ex-juiz da Lava-Jato. 'Tinha um intuito político e político-partidário', disse

Ana Mendonça - Estado de Minas
postado em 22/03/2022 17:11 / atualizado em 22/03/2022 17:11
 (crédito: FELIPE SAMPAIO/STF)
(crédito: FELIPE SAMPAIO/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou, nesta terça-feira (22/03), que o maior legado do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ter nomeado o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) ministro da Justiça para depois devolvê-lo para “o nada”.

A declaração foi dada durante entrevista à Bloomberg. Durante a conversa, o ministro fez diversas críticas ao ex-juiz e sua atuação na Operação Lava-Jato.

Em um dos relatos, Gilmar conta que se encontrou com Bolsonaro e os dois acabaram discutindo sobre a passagem de Moro no Ministério da Justiça.

“Um dia ele [Bolsonaro] me disse: ‘Olha, cometemos muitos erros e entre eles está ter nomeado Sergio Moro. Se tivéssemos um ano de experiência antes, talvez não tivéssemos feito isso’. Eu disse: ‘Não, presidente. Entre os seus legados está ter nomeado Sergio Moro ministro da Justiça e depois tê-lo devolvido para o nada'”, narrou Gilmar.

Gilmar também falou sobre a pré-candidatura de Moro e também de Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava-Jato, que pretende se torn

“Esse episódio do delegado que participa de uma grande operação e em seguida ser candidato a deputado federal [Protógenes] e as próprias candidaturas, hoje, do Moro e do Dallagnol indicam que de fato havia por trás um intuito político e político-partidário”, disse.

Ainda de acordo com Gilmar, “felizmente” esses “personagens não têm tido muito sucesso na política”.

“Fazem um mandato e depois já não conseguem mais, como aconteceu com o delegado Protógenes ou com o juiz Witzel, do Rio de Janeiro, que sequer conseguiu completar o primeiro mandatado”, concluiu

 

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