GABINETE PARALELO DO MEC

MEC: pastor se defende de acusações e nega intervenção na pasta

Gilmar Santos classificou como "levianas" as denúncias de intervenção na pasta. Ele ainda disse que há 21 anos como pastor se esforçou para "construir uma reputação ilibada"

Talita de Souza
postado em 24/03/2022 13:19
Pastor Gilmar Santos em reunião com o presidente Jair Bolsonaro com outros evangélicos em outubro de 2019 -  (crédito:  Carolina Antunes/PR)
Pastor Gilmar Santos em reunião com o presidente Jair Bolsonaro com outros evangélicos em outubro de 2019 - (crédito: Carolina Antunes/PR)

Acusado de atuar em um gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC), em que cobraria valores para priorizar demandas de prefeitos junto á pasta, o pastor Gilmar Santos disse nunca ter pedido, recebido ou “mandado pedir propina” para garantir a preferência dos gerentes municipais.

“Nego, peremptoriamente, a falácia de que pedi, recebi, mandei, pedi, ou, de alguma forma, contribuí, para o recebimento de propina, ou qualquer outro ato de corrupção junto ao Ministério da Educação, bem como ao atual ministro titular da referida pasta”, disse por meio de um comunicado postado nas redes sociais.

Ele também negou qualquer vínculo com o esquema e classificou como “levianas” as acusações que vieram à tona por meio de uma conversa gravada no próprio MEC e depoimentos de prefeitos.

“Venho declarar, publicamente, meu completo repúdio às notícias veiculadas na imprensa televisionada, e jornalística, recheadas de acusações levianas, atinentes à minha pessoa, como também à acusação de participar em um gabinete paralelo de pastores que poderiam controlar a agenda e as verbas do Ministério da Educação”, disse.

A existência do gabinete paralelo no MEC foi revelada na semana passada pelo jornal O Estado São Paulo e a repercussão do caso se agravou na segunda-feira (21/3), após um áudio, obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, revelar uma fala polêmica do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ele afirmou que prioriza liberação de recursos da pasta para prefeituras que negociam com Gilmar e o pastor Arilton Moura. De acordo com Ribeiro, o próprio presidente Bolsonaro mandou que ele desse preferência aos pedidos dos pastores. 

Gilmar usou a vocação pastoral para dizer que “tem procurado, fielmente, construir uma reputação ilibada”. Ele afirma que, nos 21 anos em que é pastor da Assembleia de Deus, sempre defendeu “os valores da família” e se esforçou em desenvolver “um comportamento ético cristão”.

“Em todos esses anos tenho procurado, na toada do meu ofício, construir uma reputação ilibada, servindo a Deus, fielmente, defendendo os valores da família, e desenvolvendo um comportamento ético cristão”, declarou.

Apesar de ser procurado pelo Correio e diversos outros veículos da imprensa, o religioso preferiu fazer o pronunciamento pelas redes sociais, por meio de um print de uma carta com a logo da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos (Conimadb)

Poucas horas depois de publicar o comunicado, ele divulgou um vídeo em que aparece com uma bíblia na mão. O vídeo é direcionado aos fiéis que Gilmar pastoreia. Ele também afirma que passou o dia “recebendo mensagens, orações e intercessões” dos membros da igreja dele, assim como de líderes de outras denominações evangélicas.

“Meus irmãos queridos, amados da minha alma, paz do Senhor. (..) É isso, pastor Gilmar Santos, que há 38 anos, quase quatro décadas que prega essa mensagem bíblica. Sempre preguei a santidade de Deus e a minha aversão ao erro e a mentira. Eu criei os meus filhos falando que mentir nem de brincadeira”, pontuou.

 

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