Mineração em terras indígenas

Bolsonaro volta a defender projeto que pauta mineração em terras indígenas

O presidente afirmou, durante live, que os indígenas "com quem tem conversado querem isso aí. Alguns, obviamente, são influenciados por ONGs e são contra"

Ao ser questionado sobre a prevenção da escassez de fertilizantes agrícolas diante da crise gerada pela guerra na Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender o projeto que pauta a mineração em terras indígenas e alegou que há grande aprovação da proposta por parte deles.

“Os indígenas, com todos que tenho conversado, querem isso aí [a aprovação da proposta]. Alguns, obviamente, são influenciados por ONGs e são contra, mas parte considerável dos indígenas querem fazer na sua terra o que um fazendeiro vizinho faz na sua propriedade”, comentou. Bolsonaro explica que a proposta, por mais que seja aprovada, pode demorar algum tempo para ser efetivamente posta em prática.

“O projeto foi aprovado a urgência, eu acredito que tenha que esperar algumas semanas para que ele vá a plenário, para amadurecer mais essa proposta. Logicamente que temos urgência, mas mesmo aprovando esse projeto, você vai levar dois a três anos para começar a produzir algo naquela reserva”, estima.

“No meio político sempre faltou aquela necessidade de se antecipar à problemas. Nós apresentamos em fevereiro de 2020 um projeto de lei que nasceu no Ministério de Minas e Energia, para que nas áreas indígenas, de acordo com interesse e aquiescência do próprio indígena, possamos explorar minerais naquelas áreas”, explica.

A matéria abre caminho para a exploração das reservas e argumenta que a exploração ilegal é prejudicial. Como nunca houve regulamentação, a mineração em terras indígenas é vedada na prática. Entretanto, da forma como está desenhado, se aprovado, o Estatuto do Índio deve perder o artigo que restringe aos indígenas a exploração de riquezas nas terras deles, definido por lei vigente desde 1973. “Nada melhor do que você deixar de ser dependente de outro país para essa questão”, concluiu o presidente.

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