Escândalo no MEC

PGR decide abrir inquérito para investigar ministro Milton Ribeiro

Chefe da pasta da Educação foi flagrado em uma gravação dizendo que iria priorizar amigo de pastor, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, no repasse de verbas do MEC

A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu abrir, nesta quarta-feira (23/3), um inquérito para investigar o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Em áudios divulgados pela imprensa, o chefe da pasta afirmou priorizar os amigos do “pastor Gilmar” no repasse de verbas aos municípios, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No áudio, Ribeiro afirma: "Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", conforme segundo disse, pedido de Bolsonaro. A gravação foi divulgada pela Folha de S.Paulo, nesta semana. 

Na conversa, o ministro revela que o presidente teria feito um "pedido especial" para que municípios indicados pelos pastores fossem priorizados na distribuição de verbas da Educação. A procuradoria deve publicar a solicitação ainda hoje.

O "pastor Gilmar" citado no áudio é Gilmar Silva dos Santos, 61 anos, nascido em São Luís (MA). Ele comanda o Ministério Cristo Para Todos, uma das várias ramificações da Assembleia de Deus, em Goiânia (GO).

Pressão

Desde que o escândalo foi divulgado, Milton Ribeiro e Jair Bolsonaro viraram alvo de pedidos de investigação, protocolados por parlamentares, no Supremo Tribunal Federal (STF), na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Tribunal de Contas da União (TCU). O Centrão também pressiona pela saída do ministro.

No Congresso, até mesmo aliados do governo pedem a apuração do caso e cobram a demissão de Ribeiro. O PL, o Republicanos e o PP, partidos do Centrão, estão de olho na vaga. A intenção agora, às vésperas das eleições, é que o chefe da pasta seja substituído por um político evangélico ligado ao grupo.

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