Crise

General Ramos reage à fala de Barroso: "Forças Armadas vigilantes"

Ministro do STF Luís Roberto Barroso disse, em evento, nesse domingo (24/4), que militares são orientados a colocar o sistema eleitoral em dúvida

Luana Patriolino
postado em 25/04/2022 15:42 / atualizado em 25/04/2022 15:45
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O general Luiz Eduardo Ramos, chefe da secretaria-geral da Presidência da República, reagiu nesta segunda-feira (25/4) à declaração do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado afirmou, ontem, que as Forças Armadas estão sendo orientadas a desacreditar o processo eleitoral brasileiro.

Por meio do Twitter, Ramos afirmou que os militares prezam pela democracia e que estarão sempre vigilantes. “Defender a soberania nacional é dever das Forças Armadas. Eleições democráticas e transparentes fazem de nós um País soberano, por isso, nossas FA estarão sempre vigilantes pelo bem do nosso povo, do nosso”, disse.

A fala de Barroso ocorreu durante videoconferência, ao participar do Brazil Summit Europe 2022, neste domingo (24), seminário promovido pela universidade alemã Hertie School, de Berlim. No evento, o magistrado defendeu a integridade das urnas eletrônicas e condenou tentativas de politização dos militares.

"Um fenômeno que em alguma medida é preocupante, mas que até aqui não tem ocorrido, mas é preciso estar atento, é o esforço de politização das Forças Armadas. Esse é um risco real para a democracia e aqui gostaria de dizer que eu, que fui um crítico severo do regime militar, militante contra a ditadura, nesses 33 anos de democracia, se teve uma instituição de onde não veio notícia ruim foi das Forças Armadas. Gosto de trabalhar com fatos e de fazer justiça", disse o ministro.

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, também repudiou as falas do ministro Barroso e classificou o posicionamento do magistrado como “grave”.

“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, disse o militar.

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