Investigação

Arquiteta teria procurado Jair Renan para Bolsonaro receber empresários

Mensagens obtidas pela Polícia Federal indicam que arquiteta pediu ajuda de Jair Renan para Bolsonaro receber empresários no Planalto. Corporação investiga se filho do presidente cometeu crime de tráfico de influência

Luana Patriolino
postado em 26/04/2022 17:16 / atualizado em 26/04/2022 17:16
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

A Polícia Federal identificou mensagens que apontam o envolvimento de Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), com empresários para se reunir com o chefe do Executivo no Palácio do Planalto e obter agendas no governo federal. A corporação investiga se o influencer digital chegou a interceder em favor de seus parceiros comerciais em troca de patrocínios.

As informações são do jornal O Globo. Uma das mensagens analisadas pela PF é um áudio de WhatsApp enviado pela arquiteta Tânia Fernandes, responsável pela reforma do escritório do filho do presidente em Brasília e por desenvolver um projeto de parceiros comerciais dele no Espírito Santo.

Na gravação, a arquiteta diz que "seria muito interessante" a presença de Jair Renan em uma agenda com empresários no Palácio do Planalto "porque o teu acesso (ao presidente) é mil vezes mais fácil".

Em outra mensagem, Tânia Fernandes diz que conversou com Joel Novaes, assessor da Presidência, sobre uma visita dos empresários John Thomazini e Wellington Leite, do Espírito Santo, ao Planalto. O objetivo seria apresentar o projeto para construção das unidades habitacionais com pedra de granito ao presidente.

Jair Renan foi ouvido pela PF, no início deste mês, e negou que tenha cometido o crime de tráfico de influência. O advogado Frederick Wassef, responsável pela defesa do filho de Bolsonaro, afirmou que Renan é vítima de fake news para prejudicar a imagem do presidente.

Empresa sob investigação

A Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empresa de Jair Renan, foi criada no fim do ano passado. A PF investiga se a empresa foi criada para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Outro ponto que chamou atenção dos investigadores foi que o grupo empresarial — que atua nos setores de mineração e construção e tem interesses junto ao governo federal — presenteou Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil.

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