ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro se reúne com WhatsApp, que confirma megagrupos após eleições

Na reunião, que durou cerca de uma hora, os representantes da empresa negaram que o adiamento do lançamento resultou de um acordo com o TSE

Correio Braziliense
postado em 27/04/2022 15:40 / atualizado em 27/04/2022 15:41
O presidente Jair Bolsonaro com o ministro das Comunicações, Fábio Faria -  (crédito: EVARISTO SA)
O presidente Jair Bolsonaro com o ministro das Comunicações, Fábio Faria - (crédito: EVARISTO SA)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com quatro representantes do WhatsApp, na manhã desta quarta-feira (27/4), para esclarecer a data de lançamento de uma funcionalidade chamada "Comunidades", que permitirá um alcance maior de proliferação de conteúdos na plataforma no Brasil. Anunciada pela empresa há duas semanas, o início da nova função estava previsto para depois das eleições no país, o que foi interpretado pelo chefe do Executivo como um acordo entre o app de mensagens e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na reunião, que durou cerca de uma hora, os representantes da empresa negaram que o adiamento do lançamento resultou de um acordo com o TSE. Em nota divulgada pelo WhatsApp após o encontro, a empresa afirma que a decisão de lançamento foi “tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo”.

“Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, afirmaram em nota. A empresa voltou a afirmar que a data ainda será definida e que “só acontecerá após as eleições de outubro”.

Combate à desinformação

O WhatsApp, e outras redes sociais, firmaram um compromisso com o TSE, em fevereiro, a fim de combater a desinformação durante as eleições. Com o anúncio de que o Comunidades viria apenas após as eleições, Bolsonaro sugeriu que o adiamento foi exigido pelo TSE e que isso era uma forma de interferir nas eleições.

Em coletiva de imprensa após o encontro, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que o presidente está preocupado com a liberdade da empresa. “A preocupação dele é apenas que esses veículos, essas plataformas, continuem funcionando de forma livre com as próprias decisões internas, sem interferência dos Poderes”, declarou.

Faria também confirmou a declaração do WhatsApp. “Todas as mudanças que ocorreram no Whatsapp no Brasil foram globais”, disse. O ministro ainda comentou que, após a explicação dos representantes do aplicativo, Bolsonaro “entendeu completamente” a decisão e afirmou que o governo não interferirá no calendário de lançamento da funcionalidade.

“O presidente, depois que ouviu isso deles, entendeu completamente. Sendo uma decisão da empresa, é uma decisão do mercado. Não tem porquê nem como Poder Executivo”, pontuou.

Os quatro representantes do WhatsApp que estiveram presentes na reunião com Bolsonaro e Fábio Faria são Dario Durigan (head de Políticas Públicas para o WhatsApp na Meta Brasil), Guilherme Horn (head do WhatsApp no Brasil), Murillo Laranjeira (Public Policy Director na Meta Brasil) e Eduardo Lopes, (Public Policy Manager na Meta Brasil).

De acordo com o WhatsApp, o Comunidades possibilitará a um administrador reunir vários grupos em uma mesma aba, como um marcador em que um usuário reúne vários e-mails de um mesmo assunto. Assim, um administrador poderá interagir e proliferar mensagens para milhares de pessoas — hoje a única função coletiva no aplicativo é o de grupos, cujo limite é 256 pessoas. A função foi apontada por especialistas como uma nova forma de disparar notícias falsas pelo aplicativo.

 

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