CRISE

Bolsonaro: 'Inflação alimentar terá que ser convivida por longo tempo'

Bolsonaro também apontou que, "em poucos anos", o Brasil passará a ser autossuficiente em trigo e passará a exportar o equivalente a duas vezes o consumo de trigo no país

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (13/04) que a população terá que conviver "por um longo tempo ainda" com a inflação nos alimentos. O chefe do Executivo responsabilizou a guerra no Leste Europeu. A declaração ocorreu durante evento de lançamento do Recicla+ e do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, ocorrido no Palácio do Planalto.

“Hoje, aproximadamente 4% do trigo consumido no Brasil vem de fora. A gente acompanha os problemas a 10 mil km de distância. A Ucrânia é um grande país exportador de trigo e isso terá um repique na inflação do mundo todo. Pelo que se tem demonstrado, a inflação na questão alimentar terá que ser convivida por um longo tempo ainda. E o mundo cada vez mais, consome mais levando-se em conta inclusive que se cresce um pouco mais de 50 milhões de habitantes todo ano. No planeta terra nos aproximamos de 8 bi de habitantes”.

Presidente indica potência de produção brasileiro

Bolsonaro também apontou que, "em poucos anos", o Brasil passará a ser autossuficiente em trigo e passará a exportar o equivalente a duas vezes o consumo de trigo no país.

“O Brasil já tem tecnologia desenvolvida pela Embrapa que foi potencializada a partir de 2019 onde regiões como por exemplo, o leste da Bahia, o nosso cerrado, Roraima também, uma área enorme já em condições de começar a produzir trigo. Soma-se a região Sul e parte do Centro-Oeste e nós, então, passaremos a ser, em poucos anos, autossuficientes em trigo e também poderemos exportar o equivalente a duas vezes o consumo de trigo no Brasil. Esse é o país do presente. Não se fala mais em país do futuro. E é um país que começou a mudar para valer com a nossa chegada ao governo, com a escolha de ministros técnicos, sem pressão política para ocupar cargos estratégicos como bancos e estatais”, alegou.

O presidente ainda errou ao dizer que a inflação nos Estados Unidos, na média de 8,5% nos últimos 12 meses, seria maior que a do Brasil, que foi de 11,3%.

“O Brasil é um país que, na economia, tem se despontado como um daqueles que menos sofreu perante o mundo. Aqui não se tem notícia de escassez de alimentos. Países outros, além de uma inflação muito maior do que a ocorrida no Brasil, como por exemplo, Estados Unidos, 8,5%, já existe desabastecimento de alguns produtos”.

No evento, o presidente ainda cumprimentou embaixadores presentes como o da África do Sul, Arábia Saudita, Canadá, Índia, Itália, Japão, Marrocos, Suíça, UE e Uruguai, além dos Encarregados de Negócios dos EUA e de Portugal.

“Isso mostra o interesse que eles têm no Brasil e obviamente, grande parte, a confiança em nossa política. E eles preferem, obviamente, fazer negócios com um país livre e democrático, um país que respeite os seus contratos e pode oferecer segurança jurídica, alimentar e energética. O Brasil pode garantir isso para si e para uma parte considerável do mundo, por isso o interesse dos embaixadores que representam o seu país aqui no Brasil”, completou.

Bolsonaro citou ainda um projeto no Nordeste de geração de energia por torres eólicas equivalente “a no mínimo 50 Itaipus”.

“E não é a primeira vez que um grupo considerável de embaixadores vem a eventos aqui. Quando se fala em segurança energética, já praticamente concluído o planejamento, saindo da prancheta, o nosso Nordeste tem condições de, em poucos anos, gerar energia por torres eólicas o equivalente a no mínimo 50 Itaipus. Isso é fantástico, Itaipu representa um pouco menos de 10% do consumo nacional. Agora, dessa geração de energia, dessas 50 Itaipu sairá o hidrogênio verde, é a energia do futuro”, concluiu.

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