cidadania

Vera Lúcia torna-se a primeira negra na lista tríplice para vaga no TSE

O escolhido deve ocupar o cargo deixado pelo ministro Carlos Mário Velloso Filho

Luana Patriolino
postado em 05/05/2022 06:00
 (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

Em meio à tensão entre os Poderes, o plenário do STF elaborou, ontem, a lista tríplice que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma vaga de ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O escolhido deve ocupar o cargo deixado pelo ministro Carlos Mário Velloso Filho.

Foram escolhidos os advogados: André Ramos Tavares (9 votos), Fabrício Medeiros (8 votos) e Vera Lúcia Santana de Araújo (7 votos), primeira mulher negra a constar em uma lista tríplice para o TSE. A advogada Rogéria Dotti, que estava entre os cotados, recebeu 4 votos.

Alegando motivos de saúde, o ministro substituto do TSE Carlos Mário Velloso Filho renunciou, em março deste ano, ao cargo que ocupava. Ele foi nomeado em 2019 e, em julho de 2021, reconduzido para a função. O TSE é composto por sete ministros, sendo três do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois da classe dos advogados.

A advogada Vera Lúcia Santana de Araújo é a primeira negra a constar nesta lista. Ela tem 62 anos e nasceu em Livramento de Nossa Senhora, na Bahia. Neta de lavadeira e filha de professora, Vera Lúcia mudou-se para Brasília, aos 18 anos. A família queria que a jovem estudasse medicina, mas Vera Lúcia decidiu abraçar o direito. Em entrevista ao Correio, em 2019, a jurista contou que o trabalho da avó garantiu a chance de seguir com os estudos.

“Como ela foi lavadeira de famílias importantes, conseguiu espaço para que minha mãe estudasse e, depois, nós também. Naquele tempo e em uma cidade pequena, a escola era só para os brancos”, relatou.

Em Brasília, como estudante do Uniceub, conheceu o movimento estudantil durante a ditadura militar e fez estágio na Defensoria Pública. Entre as funções públicas que Vera Lúcia de Araújo já exerceu, está a de secretária-adjunta de Igualdade Racial do DF e diretora-executiva da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso, na gestão de Rodrigo Rollemberg. 

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