CORRUPÇÃO

Bolsonaro admite que 'pode aparecer' corrupção em seu governo

"Nós ajudaremos a esclarecer os fatos e levar a punição dos possíveis responsáveis", disse. A fala foi proferida na cerimônia de entrega do Residencial Buritis, do programa Casa Verde e Amarela, em Coronel Fabriciano (MG)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a recuar no discurso anticorrupção. Ele disse que, até o momento, o governo está longe de corrupção, mas que "pode aparecer" algo nesse sentido. A fala foi proferida na cerimônia de entrega do Residencial Buritis, do programa Casa Verde e Amarela, em Coronel Fabriciano (MG), nesta quinta-feira (26/5).

“Estamos completando três anos e meio de governo e, até o momento, longe da corrupção. Quero deixar bem claro, se aparecer alguma coisa de corrupção — e pode aparecer —, nós ajudaremos a esclarecer os fatos e levar a punição dos possíveis responsáveis”, disse.

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O governo, no entanto, está passando por uma nova onda de denúncias de corrupção, desta vez na compra de caminhões de lixo. Reportagem do jornal Estado de S. Paulo revelou compras superfaturadas dos veículos por meio de emendas de relator (RP9), o chamado orçamento secreto.

Entre 2019 e 2021, o orçamento para a compra de caminhões passou de R$ 24 milhões para R$ 200,2 milhões. A quantidade de veículos também cresceu, saiu de 85 para 510, em 2020, revelando uma alta de 500%. Em 2021 ainda foram adquiridos mais 453 caminhões.

Apesar das aquisições terem caráter social, não há transparência quanto a forma de compra, não seguem nenhuma política pública de saneamento básico nem com questões relacionadas à coleta de lixo. Se trataria apenas de aceno à base eleitoral e ao lobby com o Congresso Nacional e prefeituras — especialmente com políticos do Centrão, que fazem indicações de apadrinhados para abocanhar os preços superfaturados.

Ainda em Coronel Fabriciano (MG), ao lado de diversos deputados e senadores mineiros, Bolsonaro fez um aceno positivo a eles. "Nossos amigos, nossos parceiros dentro do parlamento brasileiro, são extremamente importantes para avaliar ou validar as decisões que tomamos em Brasília”, disse.

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