Los Angeles

Bolsonaro reforça preservação e diz que "não precisa da Amazônia para agronegócio"

Em discurso nesta sexta (10/6), Bolsonaro disse ainda que o Brasil é um dos países que mais preservam o meio ambiente, e reconheceu dificuldade em políticas de preservação

Ingrid Soares
postado em 10/06/2022 15:17 / atualizado em 10/06/2022 15:17
 (crédito: CHANDAN KHANNA / AFP)
(crédito: CHANDAN KHANNA / AFP)

Em discurso na 9ª Cúpula das Américas em Los Angeles nesta sexta-feira (10/06), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “não precisa da Amazônia para o agronegócio”. “Somos um dos países que mais preservam o meio ambiente e suas florestas. Temos a matriz energética mais limpa e diversificada do mundo. Mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para pecuária e agricultura, somos uma potência agrícola sustentável. Não necessitamos da região amazônica para expandir nosso agronegócio. Somente no bioma Amazônia, 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade do planeta”, disse.

Bolsonaro também reconheceu dificuldade em relação à política de preservação de todo o território florestal. "Nossos desafios são proporcionais ao nosso tamanho. A área da Amazônia equivale a toda a Europa Ocidental. Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa e restritiva. Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países, afinal somos responsáveis pela emissão de menos de 3% de carbono do planeta mesmo sendo a 10º economia do mundo”, alegou.

O presidente brasileiro também discursou sobre “liberdade de expressão” e voltou a destacar o papel do Brasil na segurança alimentar mundial. “A Cúpula é oportunidade para tratarmos desafios da pós-pandemia, do desenvolvimento sustentável, da transição energética, imigração, bem como da democracia e dos direitos humanos. Estamos atentos aos problemas econômicos que afetam o mundo, como inflação, desemprego e, principalmente, o bem mais precisos ao ser humano: a sua liberdade, aí incluídos a liberdade de expressão, de trabalho e de culto religioso”.

Outros encontros

Com foco no meio ambiente, saúde e democracia, o tema deste ano da Cúpula foi "Construção de um futuro Sustentável, Resiliente, e Equitativo". A previsão é de que o presidente se reúna ainda com o presidente da Colômbia, Iván Duque Márquez, e com o presidente do Equador, Guillermo Lasso. Ao final, Bolsonaro participará de uma foto oficial do evento. No sábado, Bolsonaro viaja para Orlando, onde participará da inauguração do vice-consulado brasileiro, e retorna ao Brasil.

"Quando deixar o governo também será de forma democrática"

Ontem, Bolsonaro teve um encontro bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, onde voltou a colocar em dúvida a lisura do processo eleitoral ao pedir por eleições auditáveis no país. Mas disse ter chegado pela democracia e que “quando deixar o governo também será de forma democrática”. Ao líder norte-americano, Bolsonaro também citou que, por vezes, sente ameaçada a soberania na Amazônia, mas alegou que o país é exemplo em conservação ambiental e que, em breve, poderá exportar energia limpa.

Hoje, minutos antes de sua fala na Cúpula, Bolsonaro afirmou a jornalistas que faria um “discurso bastante objetivo, mostrando quem é o Brasil, as suas potencialidades”. “Talvez eu fale um pouco de improviso também sobre a questão com o Paraguai, Guiana, com Suriname. Com o Suriname, é sua nova descoberta de óleo e gás. Jazida equivalente a 40% da do Brasil. Paraguai tem um projeto bastante avançado em piscicultura, que pode aumentar nossa produção de pescado em 40%. América do Sul como um todo, as Américas têm um potencial enorme”, disse.

Em relação à viagem e seu encontro de ontem com Biden, Bolsonaro se mostrou orgulhoso, afirmando ter sentado a menos de 1 metro do norte-americano, sem máscara, e que a conversa foi “muito boa”.
“Até agora está 100%. Até a minha própria conversa com Joe Biden ontem foi muito boa. Ficamos sentados a menos de um metro de distância, olho no olho, por 30 minutos e sem máscara, e foi uma conversa bastante franca. Muita coisa técnica, estratégicas que infelizmente vocês não vão tomar conhecimento. Mas é muito bom para mais que Brasil e os Estados Unidos. É muito bom para o mundo a nossa conversa”.

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