COMBUSTÍVEIS

Presidenciáveis culpam Bolsonaro pelo novo aumento nos combustíveis

Os postulantes ao Planalto aproveitaram, ainda, para atacar a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição

Victor Correia
postado em 18/06/2022 06:00
 (crédito: Ricardo Stuckert)
(crédito: Ricardo Stuckert)

Pré-candidatos à Presidência da República criticaram o novo reajuste no preço dos combustíveis anunciado, ontem, pela Petrobras. Os postulantes ao Planalto aproveitaram, ainda, para atacar a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição.

“A gasolina de Bolsonaro, que ele disse que ia baixar, já anunciaram um novo aumento. Ele inventou que a solução é reduzir o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), mas tudo o que ele vai fazer é diminuir o dinheiro da educação e da saúde nos estados”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante encontro, em Maceió, com artistas e representantes do setor cultural.

Lula também criticou a falta de ações de Bolsonaro para alterar a política de preços da Petrobras. “O (ex-presidente da Petrobras) Pedro Parente, com uma canetada, decidiu que ia estabelecer o PPI, paridade de preço internacional, e o presidente da República diz que não consegue mudar? Que tipo de presidente é esse?”, questionou.

Já o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, pré-candidato pelo PDT, chamou Bolsonaro de “frouxo” e ironizou o pedido do presidente para a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a estatal.

“Bolsonaro está em seus estertores. Acaba de anunciar que pediu a Lira (o presidente da Câmara, Arthur Lira) uma CPI para investigar a diretoria da Petrobras que ele mesmo nomeou”, disparou. “Quem precisa de CPI é ele. Aliás, de impeachment.”

Segundo Ciro, “como não têm inteligência nem coragem para mudar a política de preços da Petrobras, Bolsonaro e sua gangue agora fazem teatrinho de briga e xingamentos”. “Pura demagogia eleitoreira e muito desespero. O desespero é total porque eles sabem que um simples reajuste decretado pela empresa derruba os supostos efeitos positivos da redução do ICMS”, enfatizou. “Ou seja: a população será duplamente punida porque terá menos verba para educação e saúde junto com preços altos de gasolina, diesel e gás. Tempestade perfeita.”

Ele classificou o reajuste como “absurdo e escárnio” e que a estatal é “insensível ao sofrimento do povo”.

Pré-candidata do MDB, a senadora Simone Tebet, por sua vez, afirmou que “quem quer resolve”. “Quem não quer joga a culpa nos outros. A Constituição Federal dá saídas, no plural, para diminuir o preço dos combustíveis em situações excepcionais como agora, criando-se crédito extraordinário ou usando os dividendos da União”, sustentou. “Isso, sim, ajudaria a termos combustível a preços compatíveis, mesmo quando houver escassez internacional. Claro, tudo com transparência, respeito aos contratos e sem corrupção.”

Tebet também defendeu subsídio ao diesel para quem depende dele para trabalhar, como caminhoneiros, e ao gás de cozinha, para quem não tem condições de pagar. A postulante do Planalto destacou, porém, que a solução do problema “passará, no futuro, por ampliar a capacidade de refino nacional”.

O deputado André Janones, pré-candidato do Avante, disse que “os ataques do governo à Petrobras é o primeiro caso de oposição a si mesmo registrado no país”.

“O teatro para atacar a Petrobras, como se o governo não fosse o responsável pela mesma, não cola”, frisou. “Não tem coragem para atuar na política de preços, vende nosso petróleo cru sem impostos, não gera interesse para investimento em refinarias no país e praticamente doa o nosso etanol.”

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