CRISE NA PETROBRAS

Hamilton Mourão: CPI da Petrobras não vai para frente

Ao comentar se o ex-presidente da Petrobras José Mauro Ferreira Coelho é "ilegítimo", o vice afirmou que é uma questão de opinião

Cristiane Noberto
postado em 20/06/2022 11:31
 (crédito: Romério Cunha/ VPR)
(crédito: Romério Cunha/ VPR)

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) afirmou na manhã desta segunda-feira (20/6) que a Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) para investigar a Petrobras não deve sair do papel. Na avaliação dele, a proximidade com o período eleitoral deve dificultar os trâmites.

"Eu acho que não vai nem andar isso aí. Não tem nem tempo. Nós estamos andando aí já na fase eleitoral. Mais um mês e meio e inicia a campanha eleitoral. Eu acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento", disse a jornalistas na entrada do Palácio do Planalto.

Desde a semana passada, tanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto parlamentares passaram a cogitar a abertura de uma CPI para investigar o presidente da Petrobras bem como o Conselho da empresa, que autorizam os reajustes nos preços dos combustíveis. O tema é sensível ao chefe do Executivo, que busca a reeleição.

No domingo (19/6), em Manaus (AM), após participar de uma série de eventos com apoiadores, Bolsonaro sinalizou a abertura da investigação. "Conversei ontem com o líder do governo e o presidente da Câmara para a gente abrir uma CPI segunda-feira. Vamos para dentro da Petrobras", disse ele, ao participar de um ato religioso na capital amazonense. 

Ao comentar se o agora ex-presidente da Petrobras José Mauro Ferreira Coelho é “ilegítimo”, o vice afirmou que é uma questão de opinião. “Ah porque ele não saiu ainda? Isso aí tem que ser votado no conselho de administração (da Petrobras). Então, não é desse jeito, isso tudo é opinião", continuou.

Em artigo publicado na Folha de São Paulo no domingo (19/6), o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), afirmou que Coelho é um presidente ilegítimo, faz “terrorismo corporativo” contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e não representa os acionistas da empresa. A indignação do parlamentar partiu do reajuste nos preços dos combustíveis feito pela petroleira em vigor desde o último sábado (18/6).

“Não se trata de intervir na Petrobras. Trata-se de abandoná-la à sua própria sorte. A Petrobras é uma criança mimada, sempre tratada historicamente com excessiva complacência. Ela tem o direito de lucrar astronomicamente? Então a sociedade tem o dever de tributar mais os seus lucros, tratá-la com distanciamento. Não podemos mais conviver com a selvagem petroleira capitalista com a mesma informalidade que tratávamos a estatal: o que antes era questão de Estado agora pode ser até ‘conflito de interesses’, ‘tráfico de influência’”, diz um trecho do artigo.

Inflação

O vice-presidente ainda falou sobre a inflação. Ele reforçou que o "mundo inteiro está vivendo isso aí" e citou que, nos Estados Unidos, dezenas de voos foram cancelados por falta de passageiros, já que as passagens estão "muito caras por causa do preço do combustível". 

"O pessoal está deixando de frequentar restaurantes. A inflação está afetando o mundo inteiro e nós, aqui, estamos tentando buscar uma solução. A redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), não criar um imposto sobre a exportação de petróleo quando o barril estiver acima de um valor X é alguma solução ser buscada no sentido", disse.

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