PASTORES DO MEC

Escândalo do MEC: delegado responsável pelo caso deixa cargo

Bruno Calandrini foi exonerado e encaminhado para atuar em setor de crimes cibernéticos. Investigador denunciou tratamento privilegiado a Milton Ribeiro

Luana Patriolino
postado em 28/06/2022 21:37 / atualizado em 28/06/2022 21:38
 (crédito: Mackenzie/divulgacao)
(crédito: Mackenzie/divulgacao)

O delegado federal Bruno Calandrini, responsável pela investigação acerca do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, foi exonerado do setor responsável por investigar políticos com foro privilegiado. Segundo a Polícia Federal, ele deixa o cargo que ocupava na Coordenação de Inquérito nos Tribunais Superiores para atuar na Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos.

Calandrini seguirá presidindo a investigação. Em nota, a corporação alegou que a mudança de cargo atende a um pedido do próprio delegado, que teria sido feito por ele no mês passado e estaria sendo atendido agora.

“Após tratativas iniciadas ainda no mês de maio do corrente ano, no dia 15/6/2022 houve a movimentação formal do DPF Calandrini para a DRCC/CGFAZ/DICOR/PF, onde irá coordenar a Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos – UEICC, presidindo trabalhos investigativos sensíveis daquela unidade”, diz comunicado da PF.

“O próprio servidor manifestou interesse (ainda no mês de maio) em ser movimentado para a nova unidade, para onde irá apenas no mês de julho, permanecendo na presidência da Op. Acesso Pago (IPL do MEC) e outros inquéritos da CINQ/CGRCR/DICOR/PF”, completa a nota.

O delegado Bruno Calandrini, que comandou a operação, afirmou que houve interferência na condução da investigação do MEC. Segundo o investigador, a corporação teria dado tratamento diferenciado ao aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro não foi levado de Santos, litoral paulista, para Brasília por conta de uma decisão superior.

Essas alegações e a gravação em que Milton Ribeiro diz ter sido avisado pelo chefe do Executivo a respeito de uma busca e apreensão da polícia serviram como base para o Ministério Público Federal (MPF) pedir autorização da Justiça para apurar se houve interferência as investigações sobre Ribeiro. O caso foi enviado para análise do Supremo Tribunal Federal (STF). A relatora é a ministra Cármen Lúcia.


 

 

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