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Ciro Gomes e Simone Tebet se comprometem com reforma tributária

Ao comentar denúncias contra Pedro Guimarães, a pré-candidata à Presidência revela ter sido vítima desse tipo de violência no ambiente de trabalho. Ciro Gomes, também postulante ao Planalto, defende a prisão do ex-presidente da Caixa

Vinicius Doria
postado em 30/06/2022 00:00
 (crédito:  Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

Antes da saída do então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, por denúncias de assédio sexual, a pré-candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, revelou que já foi vítima desse tipo de violência no ambiente de trabalho e cobrou a "demissão sumária" do executivo. "O mínimo que se exige de respeito à mulher no mercado de trabalho é o respeito à sua condição de ser mulher. Eu já sofri assédio sexual no ambiente de trabalho. Já sofri assédio moral no ambiente político. Mulheres não podem e não vão aceitar esse assédio", declarou a senadora, após sabatina promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ontem, com pré-candidatos.

Ao Correio, Tebet deu mais detalhes sobre a violência sexual que sofreu. Narrou que o fato aconteceu quando ela era estagiária de direito na Universidade do Rio de Janeiro (Uerj). Segundo ela, foi uma "tentativa física de um chefe". A senadora considera essa uma questão delicada, porque não houve denúncia na época — "não tinha provas nem nada" — e que decidiu pedir demissão do estágio para se afastar do assediador.

"Depois disso, eu comecei a ser autônoma e não tive mais esse problema de assédio hierárquico. Eu tinha uma situação financeira favorável, não dependia do emprego, então, me afastei", contou.

Na sabatina, Tebet mencionou que foi vítima de assédio várias vezes, sem entrar em detalhes. "Da primeira vez (quando era estagiária), não conseguia reagir, era muito nova, fui chorar no banheiro", disse. Depois disso, ela passou "a responder à altura" às tentativas de assédio.

A senadora ressalvou que essa não é a realidade da maioria das mulheres. "Não é isso que acontece no ambiente de trabalho, têm aquelas mulheres que dependem do emprego e ficam arrastando a situação acreditando que vai parar, que vai melhorar, e a tendência é só aumentar a agressão, até com tentativas mais sérias em relação a violações ao corpo da mulher."

"Predador contumaz"

O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, não economizou nas palavras. Na sabatina da CNI, equiparou Guimarães a "um bandido" e disse que ele deveria ir para a "cadeia". "Uma autoridade pública que usa do seu poder para constranger sexualmente mulheres é um bandido, disse. No Twitter, cobrou do Ministério Público "respostas rápidas e concretas na apuração das denúncias contra Pedro Guimarães, que teria agido como um predador contumaz, uma espécie de serial killer da honra de várias funcionárias da CEF".

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não compareceu ao evento da CNI, disse à Rádio Educadora, de Piracicaba, que "não é procurador e não é policial" para comentar as denúncias.

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