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Bolsonaro comemora aumento de porte de armas e volta a incentivar armamento

Em live, o presidente declarou que, se reeleito, os registros de arma chegarão a um milhão no Brasil. Para Bolsonaro, o armamento tem protegido mais a população, porque antes de invadir (residências) "o cara fica preocupado"

Tainá Andrade
postado em 30/06/2022 22:03 / atualizado em 30/06/2022 22:03
"Estamos chegando a 700 mil de CACs no Brasil, com a reeleição vai chegar a 1 milhão de CACs no país", disse - (crédito: Reprodução / Youtube)

Em live nesta quinta-feira (30/6), Bolsonaro comentou sobre o aumento de lojas de armas e clube de tiros no país. De acordo com dados apresentados pelo líder do Executivo, quando assumiu o cargo existia em torno de 1.650 estabelecimentos, agora tem 2.850, ou seja, subiu 70% esse tipo de comércio. Já os clubes de tiro passaram de 1.100 para 2.100, uma elevação de aproximadamente 90%. Importante pontuar que Bolsonaro não especificou a fonte dos dados.

O pré-candidato à reeleição ainda comemorou o aumento dos registros de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). O crescimento, de acordo com o Anuário de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, referente a 2021, foi de 473,6% de registros ativos de CAC, entre 2018 e 2022.

"Estamos chegando a 700 mil de CACs no Brasil, com a reeleição vai chegar a 1 milhão de CACs no país", disse. O chefe do Executivo aproveitou os altos números para inferir que se o ex-presidente Lula for eleito, os números do armamento no país deverão diminuir. 

“O outro cara, o de nove dedos, falou que vai acabar com a questão de armamento no Brasil. Vai recolher as armas, clube de tiro vai virar biblioteca, como se ele fosse exemplo pra isso”, mencionou.

Em tom de crítica, Bolsonaro evidenciou com uma notícia que mostra que o Brasil tem menor taxa de homicídios em 10 anos. "Se tivesse aumentado o número de mortes no Brasil, de homicídios quem seria o culpado? Eu. Mas a notícia é exatamente o contrário", argumentou.

De acordo com o chefe do Executivo, a taxa de homicídio mudou porque as pessoas pensam mais antes de invadir casas, principalmente na zona rural. "O cara quando quer invadir uma casa no campo ele fica preocupado", exemplificou. O presidente elogiou medidas tomadas pelo Congresso Nacional, como a posse estendida para propriedades rurais, aprovada em 2019, e a posse de armas ter aumentado entre as mulheres.

Contradições no discurso de Bolsonaro

Apesar de Bolsonaro comemorar o baixo índice de homicídio, o anuário mostra que caiu o número de mortes violentas intencionais, mas que a violência se concentrou em regiões do país. Foi analisado que 13 das 30 cidades mais violentas do país estão na Amazônia Legal. E 77,9% das vítimas continuam sendo pessoas negras, 91,3% do sexo masculino.

Outra contradição é o argumento usado pelo chefe do Executivo de que o aumento do registro de armas tem inibido o comércio ilegal. Foi constatado que a cada três armas registradas, uma está irregular. A pesquisa indicou que 1.542.168 armas registradas no Sistema Nacional de Armas estão com o registro expirado.

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