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Especialistas não acreditam em terceira via nas eleições deste ano

Para autores do livro "A mão e a luva: o que elege um presidente", cientista político Alberto Carlos de Almeida e o geógrafo Tiago Garrido, as eleições de 2022 serão definidas entre Lula e Bolsonaro

João Gabriel Freitas*
postado em 06/07/2022 18:52 / atualizado em 06/07/2022 19:16
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Será difícil surgir outro candidato que faça frente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro, de acordo com o cientista político Alberto Carlos de Almeida e o geógrafo Tiago Garrido, autores do livro "A mão e a luva: o que elege um presidente".

Em entrevista ao CB.Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, nesta quarta-feira (6/7),  eles afirmaram que a polarização já está consolidada e não haverá espaço para um candidato da terceira em um eventual segundo turno.

Segundo os analistas, a popularidade de Lula e Bolsonaro polariza tanto a mídia quanto o pensamento popular, o que impediria a ascensão de uma terceira via. “É uma briga de cachorro grande. O que deixa mais difícil alguém furar essa disputa é que de um lado tem o Presidente da República, uma figura extremamente conhecida que pauta mídia diariamente, e um ex-presidente que já governou o país duas vezes”, disse Tiago Garrido.

 

Previsões

Os pesquisadores não cravaram resultados, mas relataram que, a partir do estudo de eleições anteriores, é possível concluir aspectos importantes. Segundo Alberto Almeida, as eleições deste ano se assemelham às de 1998, cujo vencedor foi o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“As semelhanças são que há um presidente que disputa reeleição, o opositor do PT que é Lula e o terceiro colocado nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT), agora e em 1998. Qual a grande diferença? O presidente estava bem avaliado. Ruim e péssimo de FHC gravitava em torno de 25%, ruim e péssimo de Bolsonaro fica em torno de 45% e 50%, ou seja, muito maior. Eu chamo de sinal trocado. Aí significaria trocar o vencedor”, argumentou o cientista político.

Para Tiago Garrido, a eleição de 2010, cuja vencedora foi Dilma Rousseff (PT), pode ser usada como exemplo de assertividade. A alta avaliação positiva do eleitorado acerca do governo do ex-presidente Lula tornava certa a eleição de Dilma, que um ano antes estava atrás de José Serra (PSDB) nas pesquisas.

“Foi praticamente a terceira eleição do Lula, tamanha era a satisfação do eleitorado. Claro, em um contexto de inflação baixa, crescimento acumulado de anos de despesas de consumo das famílias, acesso à bens nunca tiveram. Esses fatores tornaram a eleição da sucessora do Lula quase imbatível, embora um ano antes pesquisas não indicassem”, relembrou Tiago.

Alberto Carlos de Almeida também destacou que a “heroína” das eleições, ou seja, o fator que define o resultado final é a opinião pública. Segundo ele, isso também está expresso no título do Livro. “Cada candidato é uma mão e a luva é a opinião pública. As várias mãos tentam se encaixar nessa luva. Isso serve para as eleições. A mão que melhor se encaixar sairá vencedora”, explicou.

Obra

No livro, lançado hoje em Brasília, na Câmara Legislativa, os escritores buscam nas últimas oito eleições presidenciais e na opinião pública a resposta à pergunta sobre qual candidato tem mais chances de vencer a eleição presidencial de 2022.

 

*Estagiário sob a supervisão de Rosana Hessel

 

 

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