Fundação Nacional do Índio

Comissão do Senado pede afastamento imediato de presidente da Funai

O pedido é simbólico, mas pressiona o governo federal a tomar uma decisão em relação ao tema. De acordo com Contarato, autor do pedido, há uma ausência governamental que contribui para uma economia baseada em atividades criminosas

Tainá Andrade
postado em 06/07/2022 22:12
Para o senador Fabiano Contarato (PT-ES), Xavier é responsável pela política da autarquia que
Para o senador Fabiano Contarato (PT-ES), Xavier é responsável pela política da autarquia que "tem transformado indígenas e ativistas em verdadeiros alvos de criminosos" - (crédito: FUNAI / ASCOM)

Comissão externa do Senado Federal que investiga o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips aprovou, nesta quarta-feira (6/7), um pedido para que o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, seja afastado do cargo, imediatamente, pelo governo federal. 

O autor do documento, Fabiano Contarato (PT-ES), disse que há uma ausência do governo na região do Vale do Javari, no Amazonas, o que contribui para que a economia seja dominada por atividades ilegais. “Ciente da urgência de reverter os danos causados pela política omissiva dos dirigentes da instituição, requeremos ao Poder Executivo Federal que promova imediatamente o afastamento do presidente da Funai”, diz o documento.

Para o senador, Xavier é responsável pela política da autarquia que “tem transformado indígenas e ativistas em verdadeiros alvos de criminosos”. Portanto, providências junto aos governos da tríplice fronteira no local, da Colômbia e do Peru, para reforçar a segurança no local e o reforço para indígenas e servidores que habitam a região também foram aprovadas.

O parlamentar exemplificou como o crime coopta e a rede ilícita se forma naturalmente na região com os detalhes divulgados no assassinato de Bruno Araújo e Dom Philips. “Mesmo a morte e o ocultamento dos corpos e pertences de Dom e Bruno envolveram os esforços de várias pessoas, o que desperta um justificado receio de que tenha havido coordenação e um mandante”, concluiu.

“O crime exerce um controle de fato sobre as atividades, que envolvem o financiamento de expedições, cujos elevados custos com combustível, embarcações, mantimentos e outros insumos são demasiadamente caros para que possam ser suportados pelos humildes habitantes daquele local”, alegou Contarato.

 

 

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