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PF investigará ataques e ameaças a juiz que mandou prender Milton Ribeiro

Nesta semana, Borelli relatou ter sofrido dois ataques. O primeiro ocorreu na noite de quarta-feira, enquanto ele dirigia a caminho de casa e passou por uma área de mata

Luana Patriolino
postado em 09/07/2022 06:00
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

A Polícia Federal informou, ontem, que abriu um inquérito para investigar ameaças e ataques contra o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília. Autor do mandado de prisão contra o ex-ministro Milton Ribeiro, por suspeita de participação em esquema de corrupção no Ministério da Educação, o magistrado passou a sofrer intimidações pelas redes sociais, por telefone e até pessoalmente.

Nesta semana, Borelli relatou ter sofrido dois ataques. O primeiro ocorreu na noite de quarta-feira, enquanto ele dirigia a caminho de casa e passou por uma área de mata. Na ocasião, teve o carro atingido por fezes humanas misturadas com esterco de animais. No dia seguinte, após sair de sua residência, o magistrado teve o veículo atingido por ovos e terra.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também foi acionado para apurar e recomendou providências, com medidas de segurança, para proteção de Borelli. Um ofício foi encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). "Não é possível detalhar, neste momento, as ações de segurança a serem adotadas para preservar a segurança do magistrado", informou, em nota, o CNJ na última quinta-feira.

Desde que determinou a prisão preventiva de Milton Ribeiro, Renato Borelli passou a relatar as ameaças. Aliados do ex-ministro e do presidente insinuam que o juiz age com viés ideológico para perseguir o chefe do Executivo. No entanto, o histórico de decisões de Borelli possui uma lista de despachos que desagradaram políticos de diferentes partidos.

No caso de Bolsonaro, o magistrado foi o responsável por determinar que o presidente fosse obrigado a usar máscara em espaços públicos e comércios do DF. O ato acabou sendo derrubado pelo TRF-1. À época, bolsonaristas o acusaram de "ativismo judicial".

O magistrado também já ordenou o bloqueio de bens do ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos); e, em 2016, na 20ª Vara Federal, Borelli condenou o ex-deputado João Paulo Cunha (PT) e o empresário Marcos Valério.

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