Crime

Dirigente petista é assassinado em discussão política no Paraná

Marcelo Arruda reagiu à ação, segundo informou em nota o PT, e também atingiu com tiro o policial penal apontado como apoiador de Bolsonaro durante a briga

Thays Martins
postado em 10/07/2022 12:00 / atualizado em 10/07/2022 17:16
 (crédito: Sismufi/ reprodução)
(crédito: Sismufi/ reprodução)

O líder do Partido dos Trabalhadores em Foz do Iguaçu, no Paraná, Marcelo Arruda, foi assassinado na madrugada deste domingo (10/7) pelo policial penal Jorge Jose da Rocha Guaranho. Inicialmente, o partido confirmou a morte do agressor por meio de nota em que afirma que Marcelo, que era guarda municipal, reagiu com a arma funcional e também havia matado o homem durante a briga. À tarde, no entanto, a família do agressor e o hospital informaram que ele está internado, estável.

De acordo com nota divulgada pelo PT, Marcelo estava celebrando o aniversário dele de 50 anos com a família na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu quando o homem, que seria apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o abordou no estacionamento. A festa era temática do PT e do ex-presidente Lula. Marcelo foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. 

A Polícia Civil do Paraná também informou inicialmente que os dois haviam morrido durante uma discussão. Mais tarde, a delegada Iane Cardoso atualizoua a informação durante coletiva de imprensa. A Delegacia de Homicídios está investigando o caso para saber a dinâmica do crime e as motivações.

O PT lamentou o ocorrido e disse que Marcelo foi vítima da "intolerância, do ódio e da violência política". "Desde o começo do ano, quando lançou uma Campanha Nacional contra a Violência Política, o PT vem alertando a sociedade brasileira e as autoridades dos vários Poderes da República para a escalada de perseguição a parlamentares, filiados e filiadas, militantes de movimentos sociais e de outros partidos de esquerda e o crescimento da violência política no país", diz o texto assinado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e pelo Coordenador Nacional do Setorial de Segurança Pública do PT, Abdael Ambruster.

O texto ainda cobra das autoridades de segurança pública que tomem medidas efetivas de prevenção e combate à violência política e ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal que "coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade". 

Pelo Twitter, o ex-presidente Lula também lamentou o ocorrido e destacou que duas pessoas acabaram morrendo pelo que ele atribuiu a "intolerância" inflamando pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro. "Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", disse. A publicação foi feita antes da informação de que o agressor havia sobrevivido.

Carreira política

Marcelo havia sido candidato a vice-prefeito da cidade pelo PT em 2020, era diretor do Sindicato de Servidores Públicos do município e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu. Ele deixa mulher e quatro filhos. 

A diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) emitiu nota de pesar pela morte de Marcelo. "Arruda era um lutador incansável pelas causas dos servidores municipais, para ele não tinha tempo ruim, sempre disposto e aguerrido nas lutas pelos direitos dos trabalhadores. Fica uma lacuna de um grande homem na luta sindical. Neste momento de imensa dor pela perda irreparável, só Deus poderá confortar os corações dos familiares e amigos", diz. 

A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu também lamentou, por meio de nota, o assassinato. "Marcelo era servidor municipal da Guarda há 28 anos e era também membro da diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais – Sismufi. Ele deixa esposa e quatro filhos. O Legislativo Iguaçuense se solidariza com familiares e amigos enlutados e deseja força para enfrentarem esse momento de dor e tristeza", afirma. 

O Correio procurou o Palácio do Planalto e aguarda retorno. 

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