DECLARAÇÃO

Bolsonaro: "Querer me imputar essa história de discurso de ódio não cola"

O presidente Bolsonaro também confirmou que um irmão de Arruda deve vir à Brasília "nos próximos dias"

Ingrid Soares
postado em 14/07/2022 18:45 / atualizado em 14/07/2022 18:45
"Quando tentam botar no meu colo essa violência, em 2016, tivemos 61 mil mortes no Brasil violentas por armas de fogo. No ano passado, no meu governo, passou para 41 mil. Ou seja, menos 20 mil mortes", alegou - (crédito: Sergio Lima / AFP)

Em busca de desassociar a imagem de casos de incentivo à violência em meio às eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a negar nesta quinta-feira (14/7) qualquer relação com a briga que terminou com o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, ocorrido no último dia 9, pelo policial penal federal, Jorge José da Rocha Guaranho. Segundo o chefe do Executivo, querer lhe imputar “essa história de discurso de ódio não cola”.

“Da minha parte existe radicalismo? Por exemplo, esse episódio em Foz do Iguaçu, não justifica aquele tiroteio. Faleceu aí o cidadão que era simpático a Lula. Por coincidência eu tenho foto com esse cidadão. Me procurou em 2017, não o conhecia e o atendi naquilo que ele queria. Agora, quando tentam botar no meu colo essa violência, em 2016, tivemos 61 mil mortes no Brasil violentas por armas de fogo. No ano passado, no meu governo, passou para 41 mil. Ou seja, menos 20 mil mortes. É sinal de que a nossa política está no caminho certo”, alegou a jornalistas no Maranhão.

“Querer imputar para mim essa história de discurso de ódio não cola. Quem falou e se orgulhou de ter soltado sequestradores há poucos dias foi o Lula, quem defende ladrão de celular é o presidente Lula, como se fosse um direito dele matar e roubar para tomar uma cervejinha. Há uma diferença enorme”, completou. Bolsonaro afirmou que presidiários votam em peso no petista e que isso prova “quem defende bandido no país”.

“Acabei de ver uma pesquisa aqui, não confio muito em pesquisa, mas essa deve estar certa, que a população carcerária, alguns presos votam, 90% votaram no Lula e 10% em mim. Então, quem é que defende bandido no Brasil e a violência no país? O Lula. Quem prega a violência não sou eu, querer jogar no meu colo como se eu fosse uma pessoa que propaga o ódio e a violência não cola. Eu provo com números e fatos”, disse.

Perguntado se vê motivação política no crime, o presidente desconversou e disse que é preciso aguardar o laudo. “Você já teve acesso ao laudo da Polícia Civil do Paraná? Então, por favor. Vamos esperar um pouquinho mais. Não vou falar acho ou não acho. Conversei com os dois irmãos da vítima, me trataram muito bem, e disseram que sempre votaram em mim e vão continuar votando em mim”.

Bolsonaro também confirmou que um irmão de Arruda deve vir à Brasília “nos próximos dias”. “Agora de manhã, estava o deputado Otoni de Paula comigo, ligou e um dos irmãos conversou comigo novamente, José Arruda. Ele deve nos visitar nos próximos dias. Vai visitar nos próximos dias”.

O presidente voltou a atacar o PT. “Fiquei sabendo não só pela mídia, mas pessoalmente pelos irmãos que eles não gostaram da visita da Gleisi Hoffmann por ocasião do funeral do irmão. Vamos esperar o laudo e ver o que aconteceu de fato. No meu entender não se justifica o que aconteceu. É a mesma coisa a gente vê de vez em quando gente se matando por causa de futebol”.

Nesta quarta-feira (13/7), a policial civil Pâmela Suellen Silva, esposa do tesoureiro do PT Marcelo Arruda afirmou que vê tentativa de uso político da morte do marido pelo presidente.

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