Alagoas

PM teria ameaçado mulher com camisa do Lula: "Pede para levar um tiro"

De acordo com relato, policiais teriam ameaçado a mulher enquanto ela passeava por orla de praia usando uma camiseta com o rosto de Lula

Thays Martins
postado em 15/07/2022 11:31
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Policiais militares teriam ameaçado uma mulher que estava vestindo uma camiseta estampada com o rosto do ex-presidente e pré-candidato à presidência Lula (PT) em Maceió, no Alagoas. No relato, compartilhado nas redes sociais, a mulher conta que estava na praia de Jatiúca, na segunda-feira (11/7), quando um dos agentes disse que "tem gente que pede mesmo para levar um tiro."

De acordo com ela, um outro agente ainda disse "vamos aproveitar que pelas costas é melhor". Ela estava vestindo a camiseta por cima do biquíni quando escutou a ameaça entre risos dos três policiais militares. 

O governo do Alagoas disse que “ao ser informado sobre uma ameaça que teria acontecido a uma militante do PT na orla de Maceió, o secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, orientou a direção do partido que formalize a situação através de um Boletim de Ocorrência. Isso permitirá que a Polícia Civil instaure um inquérito e a PM abra um procedimento disciplinar para apurar a conduta do policial”.

No entanto, segundo o PT no Alagoas, a vítima não se sentiu segura de registrar um Boletim de Ocorrência. “O PT, juntamente com os demais partidos da federação, entidades e a população em geral, que estão temendo pela própria vida diante dessa violência, formaram uma comissão de defesa com juristas, advogados e advogadas, servidores da Segurança Pública, tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil, e daqui para frente nada mais vai passar sem reação. Nós representaremos nas respectivas corregedorias, seja da Polícia Militar, Civil ou Federal, todos os servidores do Estado que transgredirem as leis e se comportarem como criminosos, como bandidos, ameaçando a vida dos alagoanos”, disse o presidente do partido no estado, Ricardo Barbosa, ao Tribuna Hoje. O PT Nacional informou que não tomou conhecimento da denúncia. 

O episódio aconteceu um dia depois de o tesoureiro do Partidos dos Trabalhadores (PT) ser morto a tiros durante uma festa de aniversário temática do Lula e do PT em Foz do Iguaçu. A Polícia Civil investiga se o crime teve motivações políticas. Segundo a esposa do atirador, o marido teria gritado "É Bolsonaro" para provocar os participantes da festa quando a confusão começou.  

Nesta terça-feira (12/7), quando o ex-presidente Lula participou de um ato em Brasília, o PT divulgou instruções de segurança para os apoiadores que incluem usar camiseta neutra ao voltar para casa e não "não aceitar provocações de bolsonaristas".

 

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