VIOLÊNCIA

Freixo diz que deputado bolsonarista interrompeu ato com "marginais armados"

Nas redes sociais, o deputado bolsonarista Rodrigo Amorim (PTB-RJ), que aparece em vídeos disparando xingamentos na caminhada, diz que foi ele o alvo de ataques dos apoiadores de Freixo

Talita de Souza
postado em 16/07/2022 17:29 / atualizado em 16/07/2022 18:17
 (crédito: Redes sociais/Reprodução)
(crédito: Redes sociais/Reprodução)

O deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSB) denunciou um episódio de intimidação e ameaça sofrido por ele e apoiadores durante ato político na Praça Saenz Pena, na Tijuca, na manhã deste sábado (16/7). O responsável, segundo o pessebista, foi o deputado bolsonarista Rodrigo Amorim (PTB-RJ) que apareceu na caminhada acompanhado com "10 marginais armados". 

Pelas redes sociais, Freixo contou que estava no local para visitar uma feira de artesanato e conversar com feirantes e artistas sobre o Rio de Janeiro, quando a equipe dele foi surpreendido pelo deputado “ligado ao governador Claudio Castro e ao presidente Jair Bolsonaro”. “Ele estava acompanhado de 10 marginais armados, que foram para cima das pessoas, crianças, mulheres e idosos com muita violência, ameaçando e dizendo que ali não era lugar que a gente tivesse”, declarou Freixo em um vídeo. 

O deputado lamentou o episódio e afirmou que o “Rio precisa de paz e união” e que “a política não tem que oferecer violência”, mas sim “diálogo e solução”. “A gente já encaminhou todos os boletins de ocorrência para a Justiça Eleitoral e temos certeza que as medidas corretas serão tomadas”, finaliza Freixo.

O episódio também foi amplamente denunciado por pré-candidatos a deputados nas redes sociais. Imagens compartilhadas pela pré-candidata estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) Elika Takimoto, mostram um momento em que o parlamentar bolsonarista xinga e ofende os apoiadores do adversário político.

Na gravação, Amorim está cercado por vários homens, que também filmam a interrupção e discutem com os manifestantes. Os militantes afirmam que o deputado chegou a agredir e quebrar bandeiras ostentadas pelos manifestantes e que vários dos assessores dele estavam armados.

“O deputado Rodrigo Amorim, acompanhado de homens (vários armados), encurralaram a nossa caminhada pacífica Lula-Freixo aqui na Tijuca. Foi estarrecedora a violência com que eles nos atacaram: quebraram bandeiras e gritaram ameaças. Não nos intimidarão!”, escreveu a pré-candidata a deputada federal pelo Rio de Janeiro Lucélia Santos.

De acordo com os apoiadores, não houve confronto direto entre Rodrigo e Freixo, porque o pré-candidato ao governo do RJ pelo PSB deixou a praça logo após a chegada do parlamentar bolsonarista. “Rodrigo Amorim veio para cima de uma atividade pacífica com o Freixo aqui no Rio. Xingaram, ameaçaram e fizeram questão de mostrar que estavam armados. Para evitar mais confusão, Freixo se retirou. Não vamos normalizar essa violência”, disse.

O caso foi registrado por partidários do movimento da esquerda na 19ª Delegacia de Polícia da Tijuca (RJ) como ameaça e injúria. O advogado Rodrigo Mondego (PT), que também é pré-candidato a deputado estadual, foi um dos manifestantes que foi até a unidade policial para registrar o caso. Ao Uol, ele afirmou que viu ao menos cinco homens armados, após os próprios mostrarem o dispositivo na cintura, mas não sacá-los. “É uma semana difícil. O nosso medo é sermos mais um Marcelo Arruda”, disse o advogado.

Em 2018, Rodrigo Amorim protagonizou o episódio da quebra da placa de homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco, ao lado de Daniel Silveira.  

Rodrigo Amorim afirma que ele foi atacado: ‘Não levo desaforo para casa’

O deputado estadual se defendeu das acusações e afirmou que, na verdade, foi ele quem foi atacado pelos manifestantes da esquerda. Ele afirmou que estava na praça para se encontrar com apoiadores para irem juntos a um encontro do PTB em São Cristóvão.

“Os militantes de esquerda, os aprendizes de Adélio, aquele vagabundo que quase tirou a vida do presidente, começaram a fazer ofensas contra a minha família e contra o presidente Bolsonaro”, disse nas redes sociais.

O parlamentar afirma que a atitude dele, mostrada nos vídeos veiculados, foi apenas uma resposta “no mesmo tom”. “Eu não levo desaforo pra casa. Obviamente que eles começaram o mimimi de sempre, dizendo que eu era o agressor, porque eles só sabem isso: se vitimizar, cavar pênalti, cair dando gritinhos. No fundo estavam com raiva porque o povo tijucano os rejeitou”, declarou.

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