ataque às urnas

Senador protocola o 145º pedido de impeachment contra Bolsonaro

Jean Paul Prates pede o impeachment do presidente da República por crime de responsabilidade cometido em reunião com embaixadores na última segunda-feira

Taísa Medeiros
postado em 20/07/2022 18:53 / atualizado em 20/07/2022 19:15
O presidente é acusado, mais uma vez, de cometer crime de responsabilidade.  -  (crédito:  AFP)
O presidente é acusado, mais uma vez, de cometer crime de responsabilidade. - (crédito: AFP)

A gaveta do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, acumula, agora, 145 pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta quarta-feira (20/7), o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN) pediu o afastamento do chefe do Executivo por crime de responsabilidade. 

Na peça, o senador diz que o crime foi cometido ao transmitir pelo canal público de televisão, a TV Brasil, os duros ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro e às instâncias do Poder Judiciário, na última segunda-feira (18/7), em reunião com embaixadores.

Na ocasião, o chefe do Executivo apresentou um Power Point com o intuito de mostrar a “realidade” das eleições de 2014 e 2018, segundo argumentou. Bolsonaro tem feito reiterados ataques às urnas eletrônicas, afirmando que houve fraude. A informação não é verdadeira, e inclusive já foi desmentida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para o senador Jean Paul, o presidente da República atentou contra a Constituição e a legislação eleitoral ao utilizar-se de recursos públicos para promover um ato eleitoral. “Bolsonaro sabe muito bem que foi derrotado pelo parlamento na tramitação da proposta de emenda à Constituição do voto auditável (PEC 135/2019). A matéria foi rejeitada pela Câmara e arquivada em agosto do ano passado. Agora, ele tenta empurrar as forças armadas contra o TSE a título de sugestões técnicas”, explica.

Jean Paul afirma ainda que, ao colocar em dúvida o sistema eleitoral, Bolsonaro provoca previamente os Ministros do Supremo que oficiam junto ao TSE de forma que quaisquer decisões que sejam desfavoráveis a ele façam imediatamente com que seja colocado um manto de perda da imparcialidade ou condição de suspeição. “Ele fez ilações, que vêm se repetindo num enquadramento narrativo infinito de modo a gerar suspeitas e descredibilidade aos sistemas eleitoral e judiciário, colocando uma mácula nas eleições passadas e mesmo nas eleições futuras”, conclui.

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