Política Internacional

Governo da Ucrânia acusa Lula de divulgar propaganda pró-Rússia

Ex-presidente foi incluído em uma lista com 78 personalidades de vários países acusados de divulgar informações consideradas como propagada russa

Victor Correia
postado em 25/07/2022 18:58
 (crédito: Nelson Almeida/AFP)
(crédito: Nelson Almeida/AFP)

O governo ucraniano incluiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma lista de pessoas acusadas de divulgar informações consideradas como propaganda russa durante a guerra entre os dois países. O documento foi divulgado em 14 de julho pelo Centro de Combate à Desinformação da Ucrânia, órgão governamental criado para contestar informações divulgadas pela Rússia.

A lista contém 78 personalidades de vários países e as frases consideradas pró-Rússia pelo governo ucraniano. Lula é o único brasileiro citado, junto com duas frases atribuídas ao ex-presidente. Segundo o documento, o petista afirmou que a Rússia deveria liderar a "nova ordem mundial". Não há, porém, qualquer registro que atribua a fala a Lula.

Críticas a Volodymyr Zelenskyy

A segunda frase foi retirada de uma entrevista que o ex-presidente deu para a revista americana Time, divulgada em 4 de maio deste ano. "Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão, como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin, porque numa guerra não tem apenas um culpado", disse Lula à revista.

Logo após a divulgação da entrevista, a Embaixada da Ucrânia no Brasil criticou o posicionamento do ex-presidente. "A Embaixada planeja solicitar formalmente uma audiência do estimado ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva com o Encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, senhor Anatoliy Tkach para esclarecer a posição da Ucrânia”, afirmou a embaixada em nota.

Até a última atualização desta reportagem o ex-presidente Lula não havia se posicionado sobre a lista feita pelo governo da Ucrânia. 

O documento ucraniano contém jornalistas, políticos, militares e outras personalidades acusados pelo governo de divulgar propaganda pró-Rússia. Entre os citados estão o jornalista americano Glenn Greenwald, a política francesa Marine Le Pen, e o empresário e ativista alemão Kim Dotcom.

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