Presidente da Caixa

Mourão sobre denúncias de assédio envolvendo Guimarães: 'Falhou e falhou feio'

Segundo o vice-presidente Mourão, qualquer tipo de assédio que é feito por superior sobre um subordinado "é das piores coisas que podem acontecer"

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) comentou nesta sexta-feira (1º/7) sobre as denúncias de assédio moral e sexual contra o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães. Segundo ele, qualquer tipo de assédio que é feito por superior sobre um subordinado "é das piores coisas que podem acontecer". 

"Sou militar. [Estou há] 46 anos dentro das Forças Armadas, que é onde a gente atua dentro de honra, da lealdade, integridade, probidade. Então, qualquer tipo de assédio que é feito por superior sobre um subordinado é das piores coisas que podem acontecer. Então, não concordo em hipótese alguma", apontou a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.

“Em segundo lugar, já foram tomadas as providências. O Pedro já saiu, está nomeado uma mulher, acho que talvez seja a primeira mulher presidente da Caixa. É uma resposta muito eficaz a essa situação. Agora, é uma questão de processo em cima do ex-presidente da Caixa. E ele que se defenda”, completou. Braço direito do ministro Paulo Guedes, a nova presidente do banco é Daniella Marques, que estava como secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec).

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Perguntado sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) não tê-lo demitido e ter partido de Guimarães a demissão, o general defendeu o direito ao contraditório. "Quando você recebe uma denúncia, primeiro você chama a pessoa, ouve o lado dela, é o famoso 'contraditório e ampla defesa'. A partir do momento em que as justificativas do Pedro, eu acho, não foram consideradas suficientes, o presidente deve ter dito para ele 'por favor, peça para sair'".

"Em termos operacionais, o trabalho do Pedro foi muito bom, a Caixa avançou bastante nesses anos. Mas, lamentavelmente, nessa parte moral, falhou e falhou feio", opinou.

Investigação sigilosa

No último dia 29, Guimarães pediu demissão da presidência da Caixa. Em carta divulgada, ele ainda afirmou que as acusações não procedem, mas disse que não pode prejudicar "a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral".

Guimarães é acusado de assédio sexual, em uma investigação sigilosa em curso no Ministério Público Federal. Nas denúncias de assédio, funcionárias do banco relatam os abusos. Guimarães é acusado de passar a mão nas mulheres, convidá-las para quartos de hotel em viagens, além de cometer assédio verbal.

Bolsonaro ainda não comentou as denúncias de assédio contra um de seus principais aliados e que chegou a ser cotado como vice em sua chapa na corrida à reeleição.

Pedro Guimarães está no centro de outras acusações de coação moral contra os funcionários da empresa. Áudios enviados em grupos de colaboradores no WhatsApp, aos quais o Correio teve acesso, revelam sessões de intimidações e xingamentos do ex-gestor aos subordinados.

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